16ª Parada LGBTI+ de Maceió acontece com expectativa de 40 mil participantes

Além do combate a homofobia, a parada deste ano tem como tema o turismo gay em Alagoas

Por Carolina Amorim , do Portal Gazetaweb

Natasha Wonderfull e Andreia Valois na 16ª Parada LGBTI+

FOTO: CAROLINA AMORIM

A 16ª Parada LGBTI+ de Maceió está acontecendo nesta tarde, 17, e tem como tema o Turismo Gay em Alagoas. A expectativa da organização do evento, o Grupo Gay de Alagoas (GGAL), é que o público que prestigia a parada chegue a 40 mil participantes. A concentração começou às 14h no Alagoinhas e por volta das 18h, shows acontecerão na praça Multieventos, na Pajuçara.

Apesar da resistência que a Parada LGBTI+ ainda sofre em Alagoas,  conta Cristiane Silva de França, uma das organizadoras do evento e membro do GGAL, a parada tem conquistado cada vez mais público durante os anos, afirma.

“Este ano o tema da parada é o turismo e, durante essas edições do evento, nós notamos que muitas pessoas de outras cidades, de outros estados, comparecem a nossa parada LGBT. A resistência ao nosso ato ainda é grande aqui em Alagoas, mas a gente luta para que a voz da comunidade LGBT seja ouvida”, frisa Cristiane.

Além do turismo gay como tema principal, Cristiane informa que a parada também não deixará de abordar temas como homofobia e mortes de LGBTs. E aponta que, uma forma que o GGAL encontrou para acolher as pessoas da comunidade que sofrem com violência em casa por serem LGBTs, foi a criação do projeto para a construção de uma casa de acolhimento.

“A parada também vai servir para que mais pessoas tomem conhecimento sobre esse projeto. Nós já conseguimos apoio jurídico e de profissionais da saúde através de parcerias com algumas universidades aqui de Maceió e estamos abertos a doações e mais parcerias para que em 2018 esse projeto crie forma”, explica.

A atriz e drag queen Andreia Valois conta que é a quinta parada LGBTI+ de Maceió que ela participa. Ela é de Recife e ressalta que a parada deve ser reconhecida, principalmente, como um ato político.

“Muita gente ainda acha que a parada é um carnaval e não é, ela serve para que a sociedade se lembre que nós existimos. Esse ato é para reivindicar o nosso direito de ir e vir e é nessa reivindicação que está a importância do evento”, expõe.

O estudante John Leite, também participante da parada, reforça o posicionamento de Andreia e lembra que o preconceito ainda é muito presente na vida dos membros da comunidade.

“A parada serve para expor a nossa causa e isso é muito importante visto que muitos sofrem preconceito dos próprios parentes. Eu cheguei a fugir de casa uma vez por causa disso, logo depois voltei e hoje permaneço na casa dos meus pais. Eles melhoraram nesse aspecto, mas ainda é preciso mostrar para a sociedade que situações como essas existem e que precisam ser combatidas”, relata.

A 16ª Parada LGBTI+ de Maceió conta com três trios elétricos que seguirão em direção a Praça Multieventos. Nos trios as atrações musicais serão a banda Forrozão do Baú, Michael Teófilo, Pati Lima, Mc Thiaguinho e discotecagem da produtora de festas, Cool. Já na Praça Multieventos, acontecerão os shows da banda Cheiro de Calcinha e da cantora Nana Martins.

A reportagem tentou entrar em contato com a Polícia Militar para saber número oficial de participantes do evento, mas, até o fechamento desta matéria, eles não foram contatados.

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