8 de Março – Mulheres sem-teto invadem prédio no centro de SP

Cerca de 200 mulheres ligadas a vários movimentos de luta por moradia popular invadiram, por volta de 0h15 desta quinta-feira (8), um prédio de dez andares abandonado, na praça João Mendes, próximo à rua Quintino Bocaiuva, no centro da capital paulista.

Por volta das 20h desta quarta-feira, três grupos se reuniram e formaram um bloco único com o objetivo de entrar no imóvel, particular, uma ação que pretende, neste Dia Internacional da Mulher, chamar a atenção das autoridades municipais e estaduais para vários assuntos, entre eles a necessidade de se construir moradias para pessoas que não têm imóvel nem condições de pagar aluguel.

Policiais militares chegaram em frente ao prédio minutos antes da invasão e, segundo a liderança do movimento, tentaram dialogar com o objetivo de evitar a invasão, mas as mulheres não se intimidaram e entraram no imóvel. Essa ocupação pretende ser temporária e durar somente esta quinta-feira, quando grupos de sem-teto devem fazer uma passeata pela capital paulista.

Em nota, a liderança do movimento afirma: “Nós, mulheres dos movimentos populares e da luta pela reforma urbana, neste dia 8 de março de 2012, ocupamos o prédio para reivindicar políticas públicas inclusivas e democráticas, para denunciar a violência nos despejos, a falta de habitação, a criminalização das lutas e das lutadoras do povo, a falta de condições mínimas de vida nas cidades e a subtração de direitos conquistados pela luta popular”.

Ainda nesta quinta-feira, o MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto) pretende realizar uma grande manifestação no centro de São Paulo. As famílias de várias ocupações organizadas pelo MTST na região Metropolitana de São Paulo se reunirão às 9h em frente à estação da Luz.

De lá a marcha acessa a avenida Tiradentes, passando pela sede da Rota (Rondas Ostensivas Tobias Aguiar), da PM, encerrando o ato na sede do Comando Geral da PM de São Paulo. O objetivo do MTST, segundo os manifestantes, é denunciar os estupros praticados por policiais da Rota durante o despejo do Pinheirinho, em São José dos Campos, e exigir punição aos policiais.

Já em relação às mulheres, esse grupo de 200 pessoas que ocupou o prédio deve aumentar para 2.000. Elas querem realizar um panelaço à tarde e fazer uma passeata com manifestação em frente ao Tribunal de Justiça e, na sequência, na sede da CDHU (Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano).

Fonte: R7

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