Jovens de São Gonçalo se mobilizam para manter uma agenda cultural na cidade

Eles fazem e acontecem em prol da cultura em São Gonçalo. São jovens que batalham pela realização de eventos de música nas ruas e mobilizam debates sobre temas importantes para a população. Etienette Prudencio, Barbara Rodriguez e Rafael Massoto são apenas alguns dos nomes por trás dos esforços para manter uma cena cultural ativa na cidade.

Por Ana Paula Blower e Isabella Santos, do Extra 

— A nossa preocupação é favorecer a permanência das pessoas aqui, para que não se encontrem apenas no Rio ou em Niterói. A proposta é manter um segmento que englobe várias artes e oficinas — diz Barbara, produtora do evento de música itinerante OcupaSound, que acontece todo primeiro domingo do mês.

Com a ajuda de amigos, Etienette organiza palestras para alunos da rede pública de ensino sobre valorização da cultura negra:

— Financeiramente, não há retorno. Faço por uma ideologia. Quando se trabalha o incentivo e o estímulo nos jovens, forma-se adultos mais confiantes.

Já o compositor Rafael direciona sua energia para o Batidas por Minutos, ou BPM, um evento de música, poesia e artes plásticas:

— É uma possibilidade de juntar pessoas daqui com interesses em comum.

Na luta contra o preconceito

Etienette Prudencio, de 39 anos, resolveu que se ninguém fizesse nada pela afirmação e pelo empoderamento negro em São Gonçalo, ela o faria. Criou, há um ano, o Projeto Sociocultural Afrontando, que leva a cultura afro às escolas do município por meio de palestras. Por causa da iniciativa, a gonçalense já participou de debates em universidades como UFF e Uerj.

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Uma das ações do Projeto Afrontando Foto: Reprodução Facebook

— Falo sobre racismo e valorização da identidade negra. Debato sobre autoestima e minha vivência, com uma linguagem acessível aos jovens. Eles se enxergam em mim, passam a identificar o preconceito e a entender que não podem tolerá-lo — conta.

Ela também promove oficinas de turbante, maquiagem para pele negra, poesia, música e dança.

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Foto: Fotos de reprodução do facebook

Uma ideia na cabeça e a poesia na ponta da língua

Engajado há anos com a manifestação cultural na cidade, Rafael Masoto, de 38 anos, costuma dizer que sua vida mudou por conta do BPM. O evento, que o rapaz organiza em um coletivo artístico, tem participação da plateia na declamação de poesias e nas apresentações musicais.

— Nunca entendi que ter algo só para mim faria sentido. Se eu tenho, quero dividir. E quando escrevo uma poesia, sonho transformar a vida de alguém com isso — filosofa Masoto.

Depois de uma pausa de um ano, o BPM retornará em sua quinta edição.

— Eu tenho respeito a todos os tipos de cultura, e São Gonçalo merece um evento que não subestime a inteligência de ninguém — diz.

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