Mulheres indígenas ocupam prédio do Ministério da Saúde

Protesto faz parte da primeira edição da Marcha das Mulheres Indígenas, que inaugura semana de manifestações em Brasília

Por GIOVANNA GALVANI, da Carta Capital

FOTO: REPRODUÇÃO/TWITTER

Na manhã desta segunda-feira 12, manifestantes que participam da 1ª Marcha das Mulheres Indígenas, em Brasília, ocuparam parte do prédio do Ministério da Saúde em Brasília, na Explanada dos Ministérios. De acordo com informações do Conselho Indigenista Missionário (Cimi), a reivindicação é “em defesa do subsistema de saúde indígena”, amparado pela SESAI (Secretaria Especial de Saúde Indígena).

Dentro e fora do prédio, os indígenas cantavam e diziam motivações para a manifestação, que tem a saída da atual secretária Silvia Waiãpi, que também é indígena e tenente do Exército, como uma das demandas. A alteração da SESAI por foi feita por um decreto assinado pelo presidente Jair Bolsonaro, que retirou o Departamento de Gestão do órgão – que mantinha membros da sociedade civil.

“Depois que a Silvia entrou, a secretaria sofreu um verdadeiro desmonte. Hoje, os distritos não têm mais autonomia para poder fazer o trabalho. Eles não municipalizaram a saúde, mas desmancharam a secretaria. Se você não tem autonomia de gestão, você não toma decisão. A impressão é que a SESAI acabou”, afirmou ao Cimi o coordenador Kretã Kaingang, da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (APIB) para a região Sul.

A Marcha das Mulheres Indígenas está em sua primeira edição e tem a temática “Território: nosso corpo, nosso espírito”. Na próxima terça-feira 13, ela soma-se à Marcha das Margaridas, já tradicional passeata que ocorre a cada 4 anos, e que espera reunir cerca de 100 mil mulheres do campo, das águas e das florestas em Brasília.

+ sobre o tema

Policial é principal agressor de jovens moradores de rua, diz pesquisa

Dos 127 jovens entrevistados, 47,1% disseram já ter sido...

MP denuncia tripulantes suspeitos de lançar camaronês em alto mar no PR

19 tripulantes foram denunciados por tortura, racismo e tentativa...

Luiza Bairros defende cota para negros em todas pastas

A nova ministra da Secretaria de Políticas de Promoção...

Seis haitianos são baleados em ataque em SP. E há gente comemorando

Seis haitianos foram baleados no sábado (1), na região...

para lembrar

Como o racismo pode levar ao adoecimento mental

O racismo pode afetar a população negra de diversas...

Crescimento econômico ameaça índios no Brasil, diz Anistia Internacional

Por: Maurício Moraes Relatório divulgado nesta sexta-feira pela...

Conviver é possível?

Por Kátia Mello A pergunta é o tema do Trip...
spot_imgspot_img

Prêmio Jornalístico Vladimir Herzog de Anistia e Direitos Humanos abre inscrições para sua 46ª edição

As inscrições para a 46ª edição do Prêmio Jornalístico Vladimir Herzog de Anistia e Direitos Humanos estão abertas de 20 de junho a 20...

Dando luz à conscientização: gravidez na adolescência 

Entre sonhos e desafios, histórias reais se cruzam no país onde a cada hora nascem 44 bebês de mães adolescentes, aponta o Sistema de...

Evento do G20 debate intolerância às religiões de matriz africana

Apesar de o livre exercício de cultos religiosos e a liberdade de crença estarem garantidos pela Constituição brasileira, há um aumento relevante de ameaças...
-+=