Salário de branco pobre é 46% maior do que o de negro pobre

Relatório da ONG Oxfam revela que desigualdades sociais aumentaram no Brasil em 2016 e 2017, com negros, pobres e mulheres ganhando menos

Por Diego Junqueira, do R7

A desigualdade social voltou a aumentar no Brasil nos últimos dois anos, com aumento da pobreza, aumento da mortalidade infantil e aumento da diferença salarial entre homens e brancos ante mulheres e negros.

Os resultados fazem parte de um relatório elaborado pela organização não governamental Oxfam, com sede no Reino Unido. “2017 foi um ano de péssimas notícias para a redução das desigualdades no país, com a aparente consolidação de um recuo histórico”, informa o documento “País Estagnado: um retrato das desigualdades brasileiras 2018”, divulgado nesta segunda-feira (26).

Segundo o levantamento, a diferença salarial entre brancos e negros (um dos indicadores da desigualdade social brasileira) não apresenta avanços há sete anos. “Desde 2011, a equiparação de renda dos negros está estagnada”, diz o texto, assinado pelos pesquisadores Rafael Georges e Katia Maia (veja o relatório na íntegra).

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Usando como base a PNAD (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio), do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), o relatório informa que os negros ganhavam em 2016, na média, 57% dos salários dos brancos (R$ 1.458 contra R$ 2.567). Mas essa proporção caiu para 53% em 2017, quando o salário médio de um negro no Brasil era de R$ 1.545 contra R$ 2.924 dos brancos.

O abismo entre brancos e negros se revela tanto nas camadas mais pobres da população quanto entre os mais ricos. Segundo o relatório, o salário de um branco pobre é, na média, 46% maior do que o rendimento de um negro pobre: R$ 965 contra R$ 658.

Entre os mais ricos, os brancos chegam a receber mais do que o dobro do que os negros: R$ 13.754 contra R$ 6.186.

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