Tiro com arco: brasileira é a primeira negra da modalidade do país em Olimpíadas

Ao lado de Marcus D´Almeida, Ane Marcelle vai representar o Brasil no Parque de Yumenoshita, localizado no distrito de Yumenoshita, em Koto, leste de Tóquio

A atleta do tiro com arco Ane Marcelle fez história antes mesmo de estrear nas Olimpíadas de Tóquio. Ela será a primeira mulher negra do Brasil, dentro da modalidade, a participar do maior evento esportivo do planeta. Ao lado de Marcus D´Almeida, ela vai representar o Brasil no Parque de Yumenoshita, localizado no distrito de Yumenoshita, em Koto, leste de Tóquio.

Os dois estiveram nos Jogos do Rio de Janeiro de 2016 e vão tentar usar a experiência de cinco anos atrás para fazer bonito em Tóquio.

“Estou muito orgulhosa da minha trajetória, de ser a primeira atleta negra do tiro com arco a disputar os Jogos Olímpicos pelo Brasil. Quero fazer bonito aqui como fiz em 2016”, diz a carioca de 27 anos, que tem o melhor resultado do Brasil no tiro com arco da história, a 9ª colocação nos Jogos do Rio.

Ane Marcelle se classificou para Tóquio ao conquistar o Campeonato Pan-americano da modalidade, em junho deste ano, em Monterrey, no México, colocando um fim nas dúvidas e barreiras que a pandemia impôs na sua preparação. 

“No começo da pandemia, eu fiquei cinco meses sem atirar, o nosso Centro de Treinamento foi fechado, isso atrapalhou um pouco a preparação. Mas, também, eu tirei um pouco da pressão e pude dar uma relaxada e isso acabou ajudando a conquistar a vaga para os Jogos”, conta. 

Com 23 anos, Marcus assegurou a vaga ao conquistar a medalha de prata no Pan de Lima. Apesar de novo, ele tem uma bagagem importante, tendo sido medalha de prata nos Jogos Olímpicos da Juventude, em Nanquim 2014, além do vice-campeonato do Mundial júnior. Nos Jogos do Rio, em 2016, participou do evento com apenas 18 anos. 

“Acho que pulei algumas etapas e não cheguei aos Jogos do Rio do jeito que eu gostaria. Hoje eu entendo o que foi disputar uma edição dos Jogos, o tamanho de tudo aquilo, e estou mais maduro. Estou aqui em Tóquio pronto para fazer o que eu treinei, da melhor forma possível, pensando sempre coisas positivas”, analisa Marcus, que vai disputar as provas individuais e também a mista ao lado da compatriota. 

+ sobre o tema

Deputada Leci Brandão homenageia mulheres com Medalha Theodosina Ribeiro

Aconteceu na ultima segunda-feira (28) a entrega da Medalha...

A vitória é de todas as nossas ancestrais – Aprovada a PEC das Domésticas

Senado aprova PEC das Domésticas e amplia direitos das...

O que é uma pessoa cis e cissexismo?

Vivemos em uma sociedade ciscêntrica, cisnormativa. Isso ocorre porque...

Rio de Janeiro é o estado com mais mulheres negras concorrendo em 2018

Nas eleições de 2018, serão 1237 mulheres negras aptas a disputar...

para lembrar

O Oposto da Cultura de Estupro é a Cultura de Acolhimento

O oposto da cultura masculina de estupro é a...

Celso de Mello critica obscurantismo e defende direitos LGBT

Julgamento da ação protocolada pelo PPS para criminalizar a...

A culpa calada

É preciso aprender a não ser bem-vindo. Mas há...
spot_imgspot_img

Machismo contribui para a remuneração das mulheres ser inferior à dos homens

Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mulheres têm remuneração, em média, 17% menor que a dos homens e, até mesmo...

Aos 82, Benedita da Silva lembra trajetória de luta pelas minorias: “Ainda falta muito”

A deputada federal Benedita da Silva (PT-RJ) afirmou que o cenário das minorias já melhorou bastante no Brasil, mas ainda há muito a ser...

Mulheres são assassinadas mesmo com medidas protetivas; polícia prendeu 96 por descumprimento

Casos recentes de mulheres mortas após conseguirem medidas protetivas contra ex-companheiros mostram que o assunto ainda é um desafio no combate à violência contra...
-+=