Ativista indiano contra a corrupção encerra greve de fome

O ativista indiano Anna Hazare encerrou neste domingo uma greve de fome que já durava 13 dias. O Parlamento da Índia aceitou no sábado apoiar as exigências do ativista, que pede uma legislação mais severa contra casos de corrupção. Hazare, que chegou a ser preso, marcou o fim da greve de fome aceitando um copo de água de coco de duas crianças, uma muçulmana e outra hindu.

Em frente a milhares de manifestantes em um parque de Nova Déli, Hazare descreveu o protesto como uma lição para o mundo e uma vitória para o povo indiano. A campanha do ativista anticorrupção angariou amplo apoio na Índia e foi comparada à greve de fome de Mahatma Gandhi antes da independência do país.

No entanto, alguns críticos afirmam que os métodos de Hazare podem prejudicar a democracia parlamentar da Índia. Ele iniciou o protesto exigindo a aprovação de medidas que permitam a investigação do premiê e de parlamentares quando acusados de corrupção.

O ativista, de 74 anos, perdeu sete quilos e rejeitou a recomendação médica de receber soro intravenoso para combater a desidratação.

Constituição

Em abril, o ativista cancelou uma outra greve de fome depois de quatro dias quando o governo disse que ele poderia a ajudar a redigir uma proposta de lei para criar um lokpal, ou seja, um órgão independente com o poder de investigar políticos e servidores públicos suspeitos de corrupção. A versão final do projeto foi apresentada no início de agosto, mas Hazare e outros ativistas a rejeitaram, porque o premiê e juízes mais experientes ficariam livres da abrangência da nova lei.

Abrindo a sessão parlamentar deste domingo, o ministro da Economia indiano, Pranab Mukherjee, disse ao Parlamento em Nova Déli que a Índia estava “em uma encruzilhada”. O ministro afirmou que, se por um lado há apoio para as propostas de Hazare, a solução para o problema da corrupção tem que ser encontrada na Constituição da Índia.

O líder do partido do governo, Rahul Gandhi, afirmou que duvida que uma única lei vai acabar com a corrupção no país e agradeceu a Hazare por “ajudar as pessoas a articular este sentimento”.

– Não há uma solução simples para erradicar a corrupção. Tenho grandes dúvidas de que uma única lei vai acabar com a corrupção. O que precisamos é de uma série de leis eficazes – disse.

Fonte: Correio do Brasil

+ sobre o tema

AGU e Ministério da Igualdade Racial realizam aula inaugural do programa Esperança Garcia

A Advocacia-Geral da União (AGU), em parceria com o...

Operação resgata 12 pessoas em condições análogas à escravidão

A Polícia Federal (PF), em parceria com o Ministério...

A saga de uma Nobel de Economia pelo ‘Pix do desastre climático’

Mesmo com seu Nobel de Economia conquistado em 2019,...

para lembrar

Satanás, Coelho da Páscoa e Marco Feliciano: quem é o personagem de ficção?

Por: Leonardo Sakamoto   Um colega veio bege me...

Blogueiro vê no arroz com feijão um retrato do Brasil – Por: Silvia Salek

O estudante britânico James Flannery é o quarto...

Economista Piketty será assessor de partido espanhol de esquerda

O economista francês Thomas Piketty, famoso por sua tese...

ONG de Luiza Trajano vai fiscalizar as candidatas “invisíveis”

Grupo Mulheres do Brasil lança site para dar visibilidade...

Vitória da extrema direita na França afetará guerras, Mercosul e clima

Uma vitória da extrema direita ameaça gerar um profundo impacto na política externa da França --a segunda maior economia da Europa-- com repercussão na...

Extrema direita francesa choca com slogan: ‘Dar futuro às crianças brancas’

O avanço da extrema direita na França abre caminho para campanhas cada vez mais explícitas em seu tom xenófobo. Nesta semana, um dos grupos...

Supremocracia desafiada

Temos testemunhado uma crescente tensão entre o Poder Legislativo e o Supremo Tribunal Federal. Essa tensão não decorre, no entanto, apenas do ressentimento de...
-+=