Ação de “justiceiros” é reprovada por 79% no Rio

 

 

 

A ampla maioria dos cariocas reprova a atitude de moradores de classe média do Flamengo (zona sul) que espancaram e amarraram a um poste um jovem suspeito de praticar roubos no bairro.

O repúdio à ação dos chamados “justiceiros”, que ainda deixaram o acusado nu na rua, chega a 79%, aponta pesquisa Datafolha. Outros 17% disseram aprovar a ação, e 5% não responderam.

A pesquisa mostra que o apoio à atitude dos moradores é maior entre os mais ricos e escolarizados.

Na faixa com ensino superior, 20% dos cariocas dizem aprovar a ação de quem espancou e amarrou o jovem suspeito. Entre os entrevistados com renda familiar acima de dez salários mínimos (R$ 7.240,00), o índice sobe para 24%.

 

BRANCOS E NEGROS

A pesquisa também revela diferença de opinião conforme a cor da pele dos entrevistados. Entre os negros, o apoio à ação dos moradores do Flamengo é de 12%. Entre os brancos, sobe para 21%.

O jovem espancado era negro. Os suspeitos de agredi-lo já identificados são brancos e de classe média.

O episódio ocorreu no último dia 31. A polícia chegou a deter 14 suspeitos de participar da agressão, mas todos foram liberados após assinar um termo na delegacia.

Na quarta-feira passada, dois suspeitos foram reconhecidos por jovens amigos da vítima, que não identificou nenhum agressor.

A pesquisa mostra que a grande maioria (83%) dos cariocas tomou conhecimento do caso, que foi amplamente noticiado na mídia carioca.
trava de bicicleta

O jovem suspeito de praticar roubos no Flamengo foi espancado e teve parte de uma orelha arrancada.

Os agressores usaram uma tranca de bicicleta para prendê-lo ao poste pelo pescoço. Os bombeiros precisaram de um maçarico para libertá-lo.

O caso ganhou repercussão quando a artista plástica Yvonne Bezerra de Mello, diretora de uma ONG que atende crianças e adolescente pobres, socorreu o jovem e publicou uma foto no Facebook.

Ela disse ter cometido um ato humanitário e relatou ter recebido ameaças anônimas de pessoas que a acusaram de “defender bandidos”.

 

 

Fonte: Folha de São Paulo

 

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