Cai diferença de jornada entre homens e mulheres, diz IBGE

Mesmo com avanço da escolaridade, diferença de renda persiste em cerca de 30%

Por: PEDRO SOARES

Cada vez mais presentes no mercado de trabalho, as mulheres já cumprem uma jornada semanal média pouco menor do que a dos homens, embora seu rendimento tenha correspondido a apenas 72,3% do masculino no ano passado.

 

Elas se ocupavam, em média, 38,9 horas semanais, somente 4,6 horas semanais a menos do que os homens -essa diferença era de 5,2 horas em 2003.

 

Tal perfil é retratado pelo estudo “Mulher no Mercado de Trabalho: Perguntas e Respostas”, divulgado ontem pelo IBGE, no Dia Internacional da Mulher, e feito com base na Pesquisa Mensal de Emprego.

 

Apesar de mais escolarizadas, as mulheres ganham menos do que os homens e tal situação pouco mudou ao longo dos últimos anos. Em 2003, a renda média delas representava 70,8% do rendimento masculino. Em 2009, o rendimento do trabalho das mulheres foi de R$ 1.097,93, inferior ao dos homens -R$ 1.518,31.

 

Isso ocorre mesmo com o nível maior de qualificação da força de trabalho feminina, segundo o IBGE, e as razões são principalmente culturais.
Pelos dados da pesquisa, 61,2% tinham 11 anos ou mais de estudo, acima dos 53,2% dos homens. Isso é reflexo do fato de que as mulheres, em geral, passam mais tempo na escola.

 

Nem mesmo conforme avança a escolaridade as diferenças se diluem. Considerando um grupo com a mesma escolaridade e do mesmo grupamento de atividade, a distância entre os rendimentos persiste na mesma faixa dos 30%.

 

Segundo o IBGE, a renda da população masculina era superior à feminina mesmo para quem tinha curso superior.

 

De acordo com a pesquisa, 59,8% das mais de 1 milhão de mulheres desempregadas nas seis principais regiões metropolitanas do país tinham mais de 11 anos de estudo. Em 2003, o percentual era menor: 44,7%.

 

Ocupações
Os dados mostram ainda que as mulheres estão mais inseridas e são a maioria apenas na administração pública (por causa dos serviços de saúde e educação, onde têm presença forte) e nos serviços domésticos -nessa categoria, representavam 94,5% do total.
Nas demais atividades econômicas, elas são minoria: indústria, comércio, serviços prestados às empresas, outros serviços e construção civil -nesse caso, 94,9% dos trabalhadores são homens.

 

 

 

Fonte: Folha de S.Paulo

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