Capa de NOVA ESCOLA sobre gênero tem repercussão recorde

Imagem do menino Romeo com roupa de princesa, que ilustra a edição de fevereiro da revista, já foi vista por mais de 3 milhões de usuários do Facebook e recebeu mais de 2 mil comentários

Pedro Annunciato, Nina Turin e Laís Semís no Revista Escola

Lançada na quarta-feira (11), a edição de fevereiro de NOVA ESCOLA convida os educadores ao debate sobre as questões de gênero e sexualidade. Para isso, a revista estampou na capa uma foto do britânico Romeo Clarke, 5 anos, vestido com uma fantasia de princesa e uma provocação: “Vamos falar sobre ele?”. A reportagem traz, com exclusividade, o download doEscola sem Homofobia, material didático que ficou conhecido como “kit gay” e teve sua distribuição suspensa pelo governo federal em 2011.

Até a manhã desta sexta-feira, o texto, hospedado no site de NOVA ESCOLA, recebeu mais de 89 mil visitas. A nota com link para download foi vista mais de 13 mil vezes. Já a capa, divulgada no Facebook, chegou a 3,3 milhões de visualizações, 23 mil curtidas, 11 mil compartilhamentos e quase 2 mil comentários. O alcance já é 31 vezes maior que o do lançamento da capa anterior, da edição dezembro 2014/janeiro 2015, que atingiu mais de 107 mil pessoas na rede social.

Beto de Jesus, secretário para América Latina e Caribe da Associação Internacional de Lésbicas, Gays, Bissexuais, pessoas Trans e Intersex, comemorou o sucesso da reportagem e a divulgação do kit Escola sem Homofobia: “Nós não poderíamos deixar de disponibilizar esse material para a população, para que os professores discutam e reproduzam. Nossa intenção é combater toda forma de violência e discriminação. Foi no momento certo, acompanhando uma capa importante da revista, e nós ficamos felizes com a repercussão”.

Os comentários nas redes sociais demonstraram que as questões de gênero rendem debates acalorados. “É um tema muito delicado e complicado de lidar em sala de aula. Carece sim de muitas leituras e estudos, pois qualquer atitude dos profissionais da escola e famílias sem o devido embasamento pode ser extremamente danoso para a criança”, opinou Júlio Costa no Facebook. Já Bia Melo falou da necessidade de debate: “Os comentários que a gente lê aqui reforçam a importância da discussão do assunto, de uma capa como essa. Há tanta desinformação e tanto preconceito que chega a ser preocupante”. Gilvania Ferreira comentou: “O olhar humano é malicioso e sempre deturpa as coisas. Se ele se sente bem com roupas ditas femininas, quem é que pode dizer para não usá-las? Assim como as roupas, os brinquedos também são criados com a intenção de diferenciação entre os sexos. Portanto, se estamos educando crianças livres em suas escolhas, não podemos determinar com que tipo de brinquedo podem brincar”.

Muitos leitores discordaram da abordagem da revista. Juan Tutiya comentou no Facebook: “Não ao kit gay nas escolas, não à feminilização dos que nascem com o sexo masculino e não à masculinização das que nascem com o sexo feminino, cada um com seu papel”. Já a internauta Patrícia Nunes defendeu que isso não é assunto da escola: “Professor não é pai e mãe, professor ensina, os pais são responsáveis por valores éticos, morais, religiosos, enquanto os filhos são menores de idade (…) com um aluno assim, o professor deve simplesmente contatar os pais e relatar o ocorrido para que os mesmos, como responsáveis legais, decidam o que fazer”.

A capa também gerou comentários no Instagram. Sylvia Assis escreveu: “Vamos falar sobre ele? Vamos ser maduros pra isso? Não vamos permitir que essas crianças sejam expulsas da escola, da família e da sociedade?”

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