Comitiva real do Palácio de Ifé visita Museu AfroBrasil em São Paulo

A comitiva é formada pelos reis Joseph Adebayo Adewole – Oba Ajero do Reino de Ijero ( Ekiti), Oba Kayode Adenekan Afolabi –  Alapomu de Apomu (Osun), pelos babalawos Dr. White e Adekunle Olokooba, além do sr. Moses Olafare, chefe de imprensa do Palácio Real de Ifé.

A atividade é parte da agenda oficial em celebração ao mês da Consciência Negra. Enviados em missão oficial para representar Sua Majestade Imperial Ooni de Ifé, os reis,  babalawos, e o chefe da comunicação foram recebidos pelo curador e diretor do Museu AfroBrasil, Emanoel Araújo. “Estamos muitos honrados com a visita e com essa benção que vem de Oduduwa, o Rei Supremo. Todos nós somos iorubás e para nós é uma imensa honra, dessa gentileza e abnegação,” declarou o anfitrião ao mostrar o repertório do museu que hoje conta com 6 mil obras nos seguintes núcleos: África: diversidade e permanência, trabalho e escravidão , as religiões afro-brasileiras, o sagrado e o profano , história e memória.

Emanoel Araújo também ressaltou a importância desta conexão entre Brasil e Nigéria. “É muito importante que a gente tenha esta conexão, sobretudo da África Iorubá, pois estamos ligados ancestralmente à África e a tudo que ela trouxe para o Brasil”, destacou. Sobre projetos futuros, o diretor destacou a celebração dos 100 anos da Semana de Arte Moderna que serão tema de exposição; e o trabalho de uma artista nigeriana chamada Frida Orupabo, residente em Oslo, que será, ainda este ano, exposto no Museu AfroBrasil.

Durante a visitação os reis pontuaram que esse intercâmbio Nigéria x Brasil serve para fortalecer a autoestima dos negros que aqui vivem e potencializar a sua ancestralidade: “As pessoas negras do Brasil se veem como escravos quando, na verdade, são filhos de reis e rainhas. É necessário que eles saibam sua verdadeira história e origem, que não é de derrota e sim de vitórias de ancestrais nobres”

Vale lembrar que, impulsionado por Sua Majestade, o Rei Ooni de Ifé Ojaja II, os esforços da Casa Herança de Oduduwa, no Rio de Janeiro, têm reverberado em projetos importantes como a exposição virtual de arte iorubá “Tesouro dos Nossos Ancestrais” que envolve uma série de ações cuja finalidade é aproximar e reconectar o Brasil à sua ancestralidade iorubana.

Leia Também:

Comitiva brasileira viaja à Nigéria para participar do OLOJO

+ sobre o tema

para lembrar

Personalidades sul-africanas percorrerão país de moto para homenagear Mandela

Várias personalidades do mundo da cultura e dos negócios...

No Orum: Morre Naná Vasconcelos aos 71 anos

O percussionista Naná Vasconcelos, de 71 anos, morreu na...

A Origem e Consolidação do Racismo no Brasil

1- Constituição e Racionalização da Exploração Escravista na Antiguidade Mário...

Anelis Assumpção: Meu feminismo está em mutação assim como o feminismo no mundo

A cantora e compositora Anelis Assumpção, que fala sobre...
spot_imgspot_img

Autores negros podem concorrer a prêmio com romances inéditos

Novos autores negros com romances inéditos ainda podem participar do Prêmio Pallas de Literatura 2024, cujas inscrições foram prorrogadas até as 15h do dia...

Longa capixaba “Presença”, com roteiro e direção de Erly Vieira Jr., será lançado nos cinemas no próximo dia 1° de agosto

“Presença”, estreia na direção de um longa metragem, de Erly Vieira Jr, que também assina o roteiro, foi selecionado para a Mostra competitiva do...

Livro semeia em português cosmovisão bantu-kongo reunida por Bunseki Fu-Kiau

O primeiro objetivo do pesquisador congolês Kimbwandende Kia Bunseki Fu-Kiau ao terminar "O Livro Africano sem Título", em 1980, e que finalmente é publicado em português...
-+=