Currículo, Relações Raciais e Cultura Afrobrasileira

Enviado por / FonteTV Brasil

Currículo, Relações Raciais e Cultura Afrobrasileira. A educação escolarizada no Brasil ainda está pautada numa tradição européia que valoriza a erudição, uma cultura livresca pouco condizente com a nossa realidade. O conteúdo programático da educação básica tem mantido uma visão monocultural e eurocêntrica, deixando de fora as muitas culturas existentes na sociedade brasileira, principalmente a cultura de tradição oral.

O ato de educar na escola oficial não tem atingido o objetivo de possibilitar às pessoas uma visão mais abrangente do mundo em que vi Bulk Smush.it vem, muito ao contrário, segue o modelo da “educação bancária”, em que são depositados conhecimentos um a um, que pouco contribuem para uma formação cidadã. Nesse modelo de educação, os conhecimentos adquiridos (leitura, cálculos, datas históricas) são considerados sempre como mais importantes que os conhecimentos sentidos (músicas, danças, histórias, contos, lendas e parlendas).

O currículo, como forma de organização do conhecimento escolar, tem em seu conteúdo a intencionalidade e, por isso, deve estar aberto às interações e à criatividade dos agentes e atores internos e externos ao ambiente escolar. Sendo o currículo uma organização/instituição que expressa os interesses do grupo que o escolheu, é preciso compreender, no processo de ensino-aprendizagem, assuntos que fomentem diálogos que tenham nexos com a realidade social do sujeito aprendiz. Na elaboração de propostas pedagógicas e currículos escolares, devemos considerar concepções inerentes aos grupos presentes na escola, identificando suas especificidades.

No que se refere ao currículo oculto, devem ser levadas em consideração as práticas cotidianas das pessoas que compõem a instituição – os professores, diretores e coordenadores pedagógicos – que trazem seus valores e atributos morais, atitudes estéticas e diferentes linguagens que refletem o mundo externo ao ambiente escolar, e que se concretizam dentro dele. Muitas vezes, essas práticas permitem a institucionalização do preconceito e da discriminação racial.

O movimento negro vem, ao longo dos anos, reivindicando revisão do currículo escolar nos diversos níveis de ensino formal. Essa reivindicação tornou-se lei e foi delineada nas Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das Relações Raciais e para o Ensino da História e da Cultura Afro-brasileira e Africana. Entretanto está na lei, mas não está nos costumes. Construir uma prática pedagógica que destaque o negro como sujeito ativo na construção de nossa sociedade é um dos grandes desafios que se tem enfrentado.

É urgente, portanto, a tomada de consciência por parte desses profissionais sobre os valores socioculturais trazidos pelas/os educandas/os e instituir um currículo que seja capaz de recriar suas histórias, incorporando-as ao saber acadêmico e, dessa forma, interagir na formação de cidadãos conscientes e capazes de enfrentar as desigualdades, romper as armadilhas dos preconceitos, garantindo o espaço participativo e a conquista de direitos no combate às exclusões.

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