Danuza? Não me usa!

Danuza?

Não me usa!

Não é Não!

Viu Leão?

Resposta à Danuza.

Danuza…

Não me usa!

Quando li soube que reação haveria.

Inquietou quem resposta dar-te-ia.

Ecoou onde deveria…

Em mim!

Aqui é o começo e não o fim.

Reacendeu a violência

Que sofri com frequência

Não, não morri…

Sobrevivi!

Tenho autoridade “de lugar”

Daqui vou falar:

Pra responder com certeza…

A sua indelicadeza.

De meu corpo querer também generalizar…

Saiba: – que não sou vulgar, usual ou trivial.

Danuza?

Não me usa.

Você não sabe nem os nomes das que sobreviveram…

Imagina das muitas que morreram?

De suicídio

De morte matada

Feminício…

Aterrorizada?

In Memoriam à Maria…

Que Danuza pensou que conhecia…

Eu sabia que ela não sabia…

Ela não sabia que eu sabia…

Quis falar pra propagandear?

Receba minha resposta a nivelar.

Não haverá mais senzala e casa grande.

Agora a comunicação é gigante!

Bem vinda ao século 21.

Não somos apenas mais 1.

Com Mídia Social

E diálogo horizontal.

O antigo triângulo da base estrutural

Está a mudar descomunal

Saia deste pedestal

Nosso DIAL

Tem Frequência

Tem Sapiência!

Danuza?

Não me usa…

Você já não existia…

Mas sente ainda como se sentia…

Sobrevive de um sobrenome que antes cabia…

Tua burguesia, que outrora aturdia…

A organização da minha confraria,

As ferramentas são outras neste atual “correria”…

A tua antiga cortesia?

Caiu tua mordomia…

Guria…

Que ironia…

Hoje eu falo mais forte como falaria…

Porque me calar não haveria…

Diante de quem me calaria…

Teu pensamento é uma avaria…

A você vamos descredenciar…

Por nós, sabemos falar.

Não é Não!

Viu Leão?

Tua postura de uma cultura vivia

De tamanha quinquilharia

Há outra sintonia

Dirimiram a agonia

De mulheres como eu,

Que por deverás sofreu

Assédio e não esqueceu!

Você não tem noção

De tamanha sofreguidão

De quem por abuso foi abalroada?

E na vida foi estuprada?

Esta tua linguística textual…

É surreal…

Um verdadeiro estopim violento sexual.

Veja meu corpo não é instrumental

Meu corpo é meu!

E não seu…

Por não poder falar antes muita fêmea morreu…

De assédio, abuso e estupro que esta estrutura concebeu.

Você parou pra pensar?

Que é crime me tocar?

Sem eu falar, conceder ou autorizar?

Não é Não!

Viu Leão?

Tua pessoal carência

Não há de ser minha consequência.

Assobios não fazem minha consciência…

Em mim não tem latência.

O silêncio foi rompido…

Este ato será protegido…

Representa nosso peito sofrido.

O agressor será denunciado, publicizado, escancarado, visibilizado, publicado, presumido.

E não será destemido!

Nossa denúncia é a sua renúncia…

Você não fala por nós!

Não estamos sós…

Temos-nos em rede!

De justiça temos sede!

Os abusadores não,

Incólumes, passarão!

Não é Não!

Viu Leão?

Ledo engano,

Dizer que é Made in Americano!

Eloá Kta Coelho (Foto: Arquivo Pessoal)

** Este artigo é de autoria de colaboradores ou articulistas do PORTAL GELEDÉS e não representa ideias ou opiniões do veículo. Portal Geledés oferece espaço para vozes diversas da esfera pública, garantindo assim a pluralidade do debate na sociedade.

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