Falha na coleta de lixo agravam enchentes em SP

Empresa deixou 1.100 vias das zonas sul e leste sem serviço na 2ª e na 3ª; 20% do material estava nas ruas quando chuva começou ontem

Alegando prejuízos com valor pago pelo município, empresa reduziu as horas extras; prefeitura diz que ela pode ser multada em até R$ 1,6 milhão

 

Cerca de 1.100 ruas da zona sul e da zona leste de São Paulo ficaram sem coleta de lixo nesta semana, agravando as enchentes causadas pelas chuvas intensas que voltaram a atingir a cidade na tarde de ontem.

A Ecourbis, concessionária que faz a coleta de lixo nessas regiões, reduziu as horas extras de seus funcionários. Com isso, a empresa deixou de fazer a coleta em parte de sua área de atuação.

A prefeitura informou que constatou falha nos serviços prestados pela concessionária e que a empresa pode ser multada em até R$ 1,6 milhão.

De acordo com a Ecourbis, o problema ocorreu na segunda-feira e na terça-feira e foi regularizado ontem e anteontem, mas voltará a ocorrer na próxima semana. A disputa é pela renegociação dos valores do contrato.

A explicação é que na segunda e na terça o volume de lixo recolhido é 35% maior. Portanto, os caminhões precisam fazer mais viagens para dar conta de todo o material.

O resultado são mais sacos de lixo espalhado nas ruas. Durante as chuvas, esses sacos são arrastados pelas enxurradas e entopem as bocas de lobo, causando alagamentos. Só ontem, o CGE (Centro de Gerenciamento de Emergências) registrou 61 pontos de alagamento, boa parte nas zonas leste e sul.
Quando começou a chuva forte de ontem, cerca de 20% do lixo que deveria ter sido coletado na noite de terça-feira ainda estava nas ruas.

 

Prejuízos
De acordo com Ricardo Acar, presidente da Ecourbis, os funcionários faziam jornadas de 12 a 13 horas por dia. Agora, o limite imposto é de duas horas extras diárias -ou seja, a jornada máxima passou a ser de dez horas- e não dá tempo de fazer a coleta em toda a área.

Acar diz que seria necessário incorporar mais 31 caminhões à frota de 179 da empresa, mas que isso só seria possível se a prefeitura aumentasse o valor pago mensalmente.

Atualmente, a Ecourbis recebe R$ 24,9 milhões e, segundo o presidente, gasta R$ 28 milhões por mês. Parte do prejuízo é em consequência de horas extras dos funcionários, diz ele. A maior parte, no entanto, é com o uso de aterros sanitários particulares em Guarulhos e Caieiras, ambos na Grande São Paulo.

 

Fonte: Folha de S.Paulo

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