Feira Preta estreia no Rio de Janeiro neste fim de semana

Primeira edição aconteceu em 2002, na Praça Benedito Calixto, São Paulo

Por Pedro Borges, do Alma Preta 

Nos dias 26 e 27 de Novembro, a Feira Preta chega ao Rio de Janeiro pela primeira vez em sua história. Das 10h à meia noite, no Museu Mar e na Praça Mauá, o festival promete reunir artistas, ativistas, acadêmicos e cerca de 100 expositores. Toda a programação é gratuita.

Para Adriana Barbosa, gestora de projetos e idealizadora da Feira Preta, realizar a primeira edição no Rio de Janeiro, depois de quinze anos de evento, é um sinal de consolidação do festival. “Desde 2002, existem edições interruptas da feira em São Paulo e esse amadurecimento não é só o de conquistar um novo território, mas também toda uma rede que se cria entorno da Feira Preta. O amadurecimento passa por entender a dinâmica de outro lugar, outra cidade, estabelecer conexão com as pessoas do local, com o comércio, com os empreendedores e com o movimento social, que muito ajuda no conteúdo da Feira”.

Será um final de semana com programação diversificada nos dois principais espaços da Feira Preta. Além dos empreendedores negros dos ramos da moda, acessórios, gastronomia e literatura, no palco montado na Praça Mauá, muitas são as atrações. No sábado, às 14h tem roda de samba e às 18h30, Baile Black Bom. No domingo, às 19h30 tem Batekoo e às 21h20, encerramento com Filhos de Gandhi.

No auditório do Museu Mar, a Feira Preta promove o Festival Black Codes. O projeto consiste na elaboração de serviços de planejamento estratégico de comunicação e negócios, entre outras ofertas, sobre o tema da diversidade racial e o posicionamento de marca. Serão rodas de conversas sobre empreendedorismo, a necessidade de fortalecer a cadeia de afroempreendedores, feminismo negro, afroconsumo e transição capilar.

“Segundo o Data Popular, a população negra movimenta cerca de 600 bilhões. É muito dinheiro que passa na mão da população negra e mesmo assim não se encontra eco. E nesses três anos, a Black Codes conseguiu observar um amadurecimento do mercado, mesmo que ainda muito inicial, mas a gente vê alguns setores se abrindo e já entendendo que o público negro também consome”, explica Adriana Barbosa.

Programação completa da Feira Preta no Rio de Janeiro pode ser conferida no evento no Facebook.

 

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