Filme mostra busca por memória negra e indígena na luta pela independência do Brasil

Documentário relembra as lutas que expulsaram os portugueses de Salvador em 2 de julho de 1823

FONTEBrasil de Fato
O filme foi dirigido pelo jornalista e antropólogo Spensy Pimentel e pela documentarista Joana Moncau - Joana Moncau

Nesta quinta-feira (4), estreia o documentário “2 de Julho: A Retomada”, que relembra as lutas que consolidaram a Independência do Brasil com a expulsão dos portugueses de Salvador em 2 de julho de 1823. O filme será veiculado às 20h pela TV Educativa da Bahia, que também tem um canal no Youtube. 

No documentário, o líder camponês baiano Joelson Ferreira aparece com lideranças e intelectuais ligados aos movimentos associados às lutas de independência. O objetivo é levantar elementos da memória do 2 de Julho como a dimensão central da participação negra e indígena no processo e a traição às forças populares nos anos que se seguiram.  

A liderança tem papel importante na articulação de movimentos sociais conhecida como Teia dos Povos e na luta pelas comunidades negra e indígena, o que lhe rende o título de Notório Sabernpela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), concedido em 2022. Ele é autor dos livros “Por terra e território” e “As lutas existem pela nossa terra”. 

No trajeto percorrido pelo filme, aparecem as cidades de Itaparica, Cachoeira e Salvador e comunidades em Salinas de Margarida, Valença e Ilheus. Em Arataca, onde residente Joelson Ferreira, está o Assentamento Terra Vista, ligado ao Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). 

O filme foi dirigido pelo jornalista e antropólogo Spensy Pimentel e pela documentarista Joana Moncau. “Além de enriquecer o debate baiano sobre a participação negra, indígena e popular no 2 de Julho, o objetivo do documentário é contribuir para divulgar fora do estado a enorme dimensão que as lutas de 1822-23 têm para o país”, diz Pimentel. 

Como diz um dos personagens logo no início do filme, afinal, trata-se da verdadeira independência do Brasil”, afirma Pimentel, que é professor da Universidade Federal do Sul da Bahia (UFSB) e, há nove anos, trabalha junto às comunidades da região sul da Bahia. 

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