Gilberto Gil republica show na ONU e discurso de posse no Ministério da Cultura

O cantor Gilberto Gil postou em suas redes sociais neste domingo (19) alguns trechos de seu discurso de posse como ministro da Cultura, em janeiro de 2003, quando o Brasil era governado por Luiz Inácio Lula da Silva.

Por Vinicius Segalla, do DCM 

O cantor e compositor Gilberto Gil – Ricardo Borges – 4.set.2017/Folhapress

Gil faz a recordação dias depois do ex-secretário de Cultura do atual governo, Roberto Alvim, ter plagiado em pronunciamento que foi ao ar nas redes sociais trechos de um discurso do ministro da Propaganda do führer nazista, Joseph Goebbels. “A arte brasileira da próxima década será heroica e será nacional. Será dotada de grande capacidade de envolvimento emocional e será igualmente imperativa […] ou então não será nada”, diz Alvim no vídeo.

O líder nazista havia dito: “A arte alemã da próxima década será heroica, será ferrenhamente romântica, será objetiva e livre de sentimentalismo, será nacional com grande páthos e igualmente imperativa (…) ou então não será nada”.

Gilberto Gil, por sua vez, publicou os seguintes trechos de seu discurso de posse:

Não cabe ao Estado fazer cultura, mas, sim, criar condições de acesso universal aos bens simbólicos. Não cabe ao Estado fazer cultura, mas, sim, proporcionar condições necessárias para a criação e a produção de bens culturais, sejam eles artefatos ou mentefatos.

Não cabe ao Estado fazer cultura, mas, sim, promover o desenvolvimento cultural geral da sociedade. Porque o acesso à cultura é um direito básico de cidadania, assim como o direito à educação, à saúde, à vida num meio ambiente saudável.

Porque, ao investir nas condições de criação e produção, estaremos tomando uma iniciativa de conseqüências imprevisíveis, mas certamente brilhantes e profundas já que a criatividade popular brasileira, dos primeiros tempos coloniais aos dias de hoje, foi sempre muito além do que permitiam as condições educacionais, sociais e econômicas de nossa existência.

Além do trecho do discurso, Gil postou vídeo de sua apresentação na sede da ONU, ao lado do ex-secretário geral e Nobel da Paz, Koffi Annan.

 

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“Não cabe ao Estado fazer cultura, mas, sim, criar condições de acesso universal aos bens simbólicos. Não cabe ao Estado fazer cultura, mas, sim, proporcionar condições necessárias para a criação e a produção de bens culturais, sejam eles artefatos ou mentefatos. Não cabe ao Estado fazer cultura, mas, sim, promover o desenvolvimento cultural geral da sociedade. Porque o acesso à cultura é um direito básico de cidadania, assim como o direito à educação, à saúde, à vida num meio ambiente saudável. Porque, ao investir nas condições de criação e produção, estaremos tomando uma iniciativa de conseqüências imprevisíveis, mas certamente brilhantes e profundas já que a criatividade popular brasileira, dos primeiros tempos coloniais aos dias de hoje, foi sempre muito além do que permitiam as condições educacionais, sociais e econômicas de nossa existência”. . . . Trecho do discurso de posse de Gil no Ministério da Cultura em 2003 // No vídeo, Seu Gilberto se apresentando na sede da ONU, ao lado do ex-secretário geral e Nobel da Paz, Koffi Annan. #EquipeGil

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