Identidade e opressão de populações periféricas e questionamentos sociais conduzem espetáculos do Grupo Clariô no Itaú Cultural

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Na primeira semana, o coletivo de teatro de Taboão da Serra faz três apresentações de Severina da morte à vida, peça inspirada na obra Morte e vida Severina, de João Cabral de Melo Neto. Na seguinte, o grupo volta ao palco da instituição para mostrar Urubu come carniça e voa, espetáculo que navega pela vida e obra do poeta pernambucano Miró de Muribeca.

Dois espetáculos do Grupo Clariô de Teatro incrementam a programação presencial cênica do Itaú Cultural, de 15 a 17 e de 22 a 24 de julho, sempre de sexta-feira a domingo. Começa com Severina da morte à vida. Inspirada em Morte e vida Severina, de João Cabral de Melo Neto, a peça conta a história da mulher que dá título ao livro, sua luta pela sobrevivência e pelo direito à própria morte em um mundo privatizado. Na semana seguinte, em Urubu come carniça e voa, o público acompanha a vida e obra do poeta pernambucano Miró de Muribeca e o seu olhar socialmente questionador. 

Os dois espetáculos são gratuitos e as reservas de ingressos ficam disponíveis na plataforma INTI (acesso pelo site www.itaucultural.org.br). 

Em Severina da morte à vida, assim como na obra de Melo Neto, a narrativa se pauta na escolha da personagem para quem a morte representa uma melhor condição de vida. Em sua peregrinação em busca do seu direito a morrer, Severina descobre que não pode morar em uma cova estando viva e, morta, não pode ocupar uma cova que não lhe pertence. Dirigido por Naruna Costa, o espetáculo faz uma crítica à opressão sofrida pela população que vive nas periferias. 

Na peça Urubu come carniça e voa, João Flávio Cordeiro, poeta pernambucano conhecido como Miró de Muribeca, responde à violência sofrida e observada por ele cotidianamente no bairro também periférico onde vive.  Baseado em crônicas de sua autoria e  com direção de Mário Pazini, o espetáculo colore a tragédia e alcança voos de celebração à vida. 

Urubu Come Carniça E Voa (Foto: João Cláudio Senna/ Itaú Cultural)

Sobre o Grupo Clariô  

Coletivo de arte resistente que busca, em cena e na troca com outros coletivos, discutir a arte produzida pela periferia, na periferia e para a periferia. Desde 2002, o grupo segue com o objetivo de produzir e pensar o teatro e a música nas bordas da metrópole. O seu trabalho se concentra em Taboão da Serra, cidade/dormitório, periferia da região metropolitana do Estado de São Paulo, onde se localiza o Espaço Clariô, sede mantida pelo grupo desde 2005, local de formação e produção de pensamento junto à comunidade. 

FICHAS TÉCNICAS: 

Severina da morte à vida

Direção e direção musical: Naruna Costa
Dramaturgia: Will Damas e Grupo Clariô
Elenco: Alexandre Souza, Martinha Soares, Naloana Lima,
Washington Gabriel e Cleydson Catarina.
Cenário: Alexandre Souza
Operação de luz: Rager Luan
Iluminação: Will Damas
Figurinos: Martinha Soares e Cleydson Catarina
Máscaras: Cleydson Catarina
Bonecos: Rager Luan
Maquiagem: Naloana Lima
Produção: Washington Gabriel 

Urubu come carniça e voa 

Escritos crônicos: Miró de Muribeca 

Direção: Mário Pazini 

Atores/criadores: Alexandre Souza, Martinha Soares, Naloana Lima, Naruna Costa e Washington Gabriel 

Dramaturgia: Grupo Clariô de Teatro 

Assessoria dramatúrgica: Will Damas 

Cenário: Alexandre Souza (João) e Mário Pazini 

Figurinos e adereços: Martinha Soares e Naruna Costa 

Iluminação: Will Damas 

Composição da trilha da peça: Giovanni Di ganzá e Naruna Costa 

SERVIÇO 

Severina da morte à vida: 

Grupo Clariô de Teatro, com direção de Naruna Costa  

Dias 15 e 16 de julho (sexta-feira e sábado), às 19h 

Dia 17 (domingo), às 18h 

Sala Multiuso (piso 2 do Itaú Cultural) 

Duração: 60 minutos  

Capacidade: 70 pessoas 

Classificação indicativa: 12 anos (linguagem imprópria e drogas lícitas) 

Reservas pela plataforma INTI (acesso pelo site www.itaucultural.org.br

 Urubu come carniça e voa 

Grupo Clariô de Teatro, com direção de Mario Pazini 

Dias 22 e 23 de julho (sexta-feira e sábado), às 19h 

Dia 24 (domingo), às 18h 

Na Sala Multiuso (piso 2 do Itaú Cultural) 

Duração: 60 minutos  

Capacidade: 70 pessoas 

Classificação indicativa: 12 anos (temas sensíveis, linguagem imprópria e medo) 

Reservas pela plataforma INTI (acesso pelo site www.itaucultural.org.br

PROTOCOLOS: 

– É necessário apresentar o QR Code do ingresso na entrada da atividade até 10 minutos antes do seu início. Após este horário, o ingresso não será mais válido. 

– A bilheteria presencial abre uma hora antes do evento começar. 

– Devolução de ingresso: 

Em caso de imprevistos ou impossibilidade de comparecimento à programação para a qual reservou o ingresso, solicite o cancelamento deste através do e-mail [email protected] até duas horas antes do início do evento. Essa solicitação é muito importante e garante que o ingresso seja utilizado por outras pessoas que queiram prestigiar o evento. Agradecemos e contamos com sua compreensão. 

– Programação sujeita a cancelamento: 

O Itaú Cultural informa que sua programação, virtual ou presencial, poderá ser cancelada em caso de contaminação por Covid-19 de qualquer artista envolvido. Nesse caso, os ingressos adquiridos perdem a validade. O público que reservou o ingresso será notificado por e-mail. Um eventual reagendamento da programação ficará a exclusivo critério do IC, de acordo com a disponibilidade de agenda, sem preferência para quem adquiriu os ingressos anteriormente. 

Itaú Cultural  

Avenida Paulista, 149, próximo à estação Brigadeiro do metrô 

Fones: 11. 2168-1777  

Acesso para pessoas com deficiência física  

Estacionamento:Entrada pela Rua Leôncio de Carvalho, 108.  

Com manobrista e seguro, gratuito para bicicletas. 

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