Imigrantes haitianos fundam associação com o apoio da CSP-Conlutas

Neste domingo, 1º de fevereiro, trabalhadores e trabalhadoras do Haiti radicados no Brasil fundaram uma associação para lutar por seus direitos. A assembleia de fundação da USIH (União Social dos Imigrantes Haitianos) ocorreu na sede da Apeoesp, na capital paulista, e contou com cerca de 50 pessoas.

Reunimos os haitianos para organizar a nossa luta para resolver problemas de trabalho, discriminação, a falta de documentos, o genocídio que sofre os negros nesse país, porque também somos negros“, explicou Fedo Bacoua, eleito secretário-geral da nova entidade. O dirigente da nova associação, que está há um ano e meio no país, afirma que a ideia da entidade veio da constatação das sérias dificuldades vividas pelos seus conterrâneos no Brasil. “Passamos muitas vezes no Glicério, vemos os haitianos dormindo na rua, quando chove eles não tem onde entrar, muitas vezes não têm o que comer, então pensamos no que fazer para ajudá-los“, relata.

A assembleia de fundação da USIH contou com a participação de um membro da Associação dos Haitianos de Itajaí-SC e várias entidades filiadas à CSP-Conlutas como o Quilombo Raça e Classe, o Movimento Mulheres em Luta (MML), Assembleia Nacional dos Estudantes Livre (ANEL), Movimento Nacional de Oposição Bancária (MNOB), Sindicato dos Trabalhadores da USP (Sintusp) e a Oposição Alternativa da Apeoesp. O professor e juiz do Trabalho Souto Maior, que desenvolve um estudo sobre imigrantes, também compareceu.

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Entidades internacionais como a Liga Internacional dos Trabalhadores, a LIT, e a Associação das Mulheres Imigrantes da Itália enviaram saudações. Jean Baptiste, dirigente da organização sindical Batay Ouvrié do Haiti leu pessoalmente uma saudação de sua organização no plenário.

Desde o início, os trabalhadores haitianos contam com o apoio da CSP-Conlutas. “Temos uma felicidade e orgulho imensos de abrir as portas da CSP-Conlutas para lutar com vocês“, afirmou Wilson Honório, do Quilombo Raça e Classe e militante do PSTU. “Se o país não os recebe de forma decente, se o governo Dilma não diz ‘bem-vindos haitianos’, nós, negros e negras, mulheres, estudantes e trabalhadores dizemos ‘bem-vindos’, vocês são nossos irmãos e companheiros“, disse.

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A solidariedade da CSP-Conlutas não vem de hoje. Em 2007, quando ainda era Conlutas, a entidade organizou uma caravana de solidariedade ao país, além de uma campanha permanente pela imediata retirada das tropas da ONU lideradas pelo Brasil ao Haiti. Hoje, vivem cerca de 40 mil haitianos no país.

 

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