Ontem na reunião do grupo Salva Guarda da Capoeira na Região Metropolitana de Campinas, estávamos debatendo vários assuntos quando mencionei que não acreditava na Intolerância religiosa, por 2 motivos:
- Quando a capoeira e o Candomblé tiveram suas práticas proibidas no Brasil foi porque eram de Preto e isso para mim é Racismo aberto e declarado.
- As outras religiões não sofrem ataques como as de Matriz Africana e neste pensamento para mim também é racismo aberto e declarado.
Outras pessoas possuem um entendimento que hoje a capoeira e os terreiros possuem adeptos de brancos e até orientais, mas mesmo assim ainda é uma religião e uma luta de negros.
Lembrando a história escravagista deste país, digo que todo branco amigo de Negro era considerado um igual, isto é da forma ruim da igualdade, porque era considerado um “criminoso”.
Devo dizer que a mais de 10 anos houveram recortes e entendimentos principalmente na política que resultaram em avanços importantes na luta com o racismo e isso se deve ao fato de mais articulação dos movimentos sociais, ao governo que está tendo um olhar diferenciado a nossas causas e um luta conjunta em diversos setores da sociedade tendo ênfase ao respeito à diversidade.
Mas existe muito que mudar em nosso Brasil e para isso temos que ocupar espaços de lutas e espaços legítimos na construção deste país principalmente ao que se refere a políticas públicas em outras palavras precisamos estar em mandatos, governos, assistência social, órgãos públicos, conselhos municipais e em outros setores com o intuito de proteger a nossa causa que é pacífica e precisa ser defendida em vários momentos.
O Brasil há pouco tempo atrás teve um revés e uma regressão com a titulação do Pastor Marco Feliciano que posta no poder público como deputado à frente dos Direitos Humanos e agora mais que nunca temos que por os movimentos sociais para trabalhar.
Eu tento estar em vários lugares e participar ativamente nas construções de lutas e tem sido reconfortante estar construindo efetivamente junto com a sociedade em vários momentos, como acontece com muitos irmãos e irmãs, mas devo alertar que somos muitos e nossa participação ainda é pequena e se não nos atentarmos a isso pode se tornar ilusória.
Para concluir, quero reafirmar que meu entendimento que intolerância religiosa não existe porque o nome disso para mim é racismo.
Por: Oluandeji
Estado Laico
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Fonte: Religiões Afro e Políticas