Investigação da Polícia Civil conclui que tiro que matou Kathlen Romeu foi disparado por um PM

Enviado por / FontePor Henrique Coelho, do G1

Ainda não se sabe qual agente fez o disparo. O inquérito deve ser encerrado até o início de 2022. O Ministério Público já denunciou cinco policiais por terem alterado a cena do crime.

A Delegacia de Homicídios da Capital já concluiu que um policial militar foi o responsável pelo tiro que matou Kathlen Oliveira Romeu, de 24 anos, em junho de 2021. A morte aconteceu no Complexo do Lins. O inquérito deve ser encerrado até o início de 2022.

A informação está no laudo da reprodução simulada do caso. A investigação da Polícia Civil, até o momento, não consegue determinar quem efetuou o disparo.

O Ministério Público denunciou cinco policiais por terem alterado a cena do crime; o capitão da PM Jeanderson Corrêa Sodré, o 3°sargento Rafael Chaves de Oliveira e os cabos da PM Rodrigo Correia de Frias, Cláudio da Silva Scanfela e Marcos da Silva Salviano.

Na mesma denúncia, é explicado que os cabos Rodrigo Correia de Frias e Marcos da Silva Salviano efetuaram disparos. Um tiro atingiu Kathlen, matando-a no local.

“Integrantes do Grupamento Tático de Polícia Pacificadora (GTPP) da 3ª UPP do 3º BPM, envolveram-se nas circunstâncias da morte da vítima KATHLEN ao terem os denunciados FRIAS e SALVIANO efetuado disparos de arma de fogo, com o armamento acima descrito, a partir do chamado Beco do 14, tendo sido a vítima atingida na Rua Araújo Leitão, paralela ao referido beco”, diz a denúncia do MPRJ junto à Auditoria de Justiça Militar, assinada pelo promotor Paulo Roberto Mello Cunha.

Resumo das denúncias:

•Os PMs Cláudio da Silva Scanfela, Marcos da Silva Salviano, Rafael Chaves de Oliveira e Rodrigo Correia de Frias foram denunciados por duas fraudes processuais e por dois crimes de falso testemunho.

•E o capitão Jeanderson Corrêa Sodré foi denunciado por fraude processual na forma omissiva.

De acordo com a denúncia, os PMs Chaves, Frias, Scanfela e Salviano retiraram o material que estava no local antes da chegada da perícia, e ainda acrescentaram 12 cartuchos calibre 9 milímetros deflagrados e um carregador de fuzil 556, com 10 munições intactas.

Mais tarde, o material foi apresentado pelos policiais na 26ª Delegacia de Polícia (Todos os Santos).

Também segundo o documento, Jeanderson Corrêa Sodré, mesmo estando no local e podendo agir como superior dos PMs, se omitiu da função que, por lei, deveria cumprir, que seria fazer a “vigilância sobre as ações de seus comandados”.

“Enquanto deveriam preservar o local de homicídio, aguardando a chegada da equipe de peritos da Polícia Civil (PCERJ), os denunciados Frias, Salviano, Scanfela e Chaves o alteraram fraudulentamente, realizando as condutas acima descritas, com a intenção de criar vestígios de suposto confronto com criminosos”, diz trecho da denúncia.

+ sobre o tema

Após morte de policial, oito são mortos em Belém do Pará

O terror tomou conta de diversos bairros da região...

A peça ‘O Topo do Montanha’, com Taís Araujo e Lázaro Ramos, reestreia em SP

Diferente, revelador e profético Por Douglas Belchior Do Negro Belchior O...

Racismo no Hotel Sol Victoria Marina em Salvador

Uma briga entre frequentadores do Restaurante Mahi-Mahi e um...

para lembrar

Ação contra o crime

Ao menos três episódios dantescos deste março sugerem que...

Menino canta hino dos EUA vestido de mariachi e provoca onda de racismo

Um menino provocou uma onda de comentários racistas nas...

A turma que não “se adaptou” a ter uma aluna negra: uma denúncia de racismo!

Daquelas coisas que você lê no Facebook e não...

Unicamp aprova cotas étnico-raciais também na pós-graduação

A Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) aprovou a implantação do sistema de...
spot_imgspot_img

Em Portugal, ministra Anielle Franco fortalece cooperação bilateral para igualdade racial e combate à intolerância

A ministra da igualdade racial, Anielle Franco, iniciou sua agenda oficial em Portugal, nessa terça-feira (25), com a missão de fortalecer as cooperações entre...

Advogada presa por injúria racial em aeroporto é liberada da prisão cerca de 24 horas depois do crime

Veja o vídeo A advogada, de 39 anos, presa no Aeroporto Internacional de Belo Horizonte, em Confins, na Grande BH, suspeita de injúria racial contra um gerente operacional...

Homem branco privilegiado (não) é o centro do universo?

Nosso sistema educacional foi estruturado de maneira a favorecer as contribuições dos europeus e seus descendentes. A influência dos colonizadores é evidente nos currículos escolares, onde suas...
-+=