Laboratório de Goiânia se recusa a realizar exame em professor com rastafári

Laboratório de Goiânia se recusa a realizar exame em professor com rastafári.

Segundo Pedro Barbosa, clínica se recusou a utilizar seu cabelo em exame toxicológico para renovação da CNH de categoria profissional.

Laboratório de Goiânia se recusa a realizar exame em professor com rastafári
Faceboock/ Acervo Pessoal

Por Matheus Monteiro Do jornal Opção

Laboratório de Goiânia se recusa a realizar exame em professor com rastafári

O professor de Ciências Sociais na Universidade Ferdal de Goiás (UFG) Pedro Barbosa denunciou ao Ministério Público de Goiás (MP-GO) que sofreu preconceito ao tentar realizar exame toxicológico em um laboratório de Goiânia.

Como sua carteira nacional de habilitação (CNH) é da categoria D, ele tem que realizar exame toxicológico, que alerta para o uso de drogas. Em entrevista ao Jornal Opção, Pedro disse que sua habilitação é de Minas Gerais, onde ele realizou a primeira tentativa para o exame.

“Estava de férias em Uberlândia e, ao fazer o teste, avisei que meu cabelo é natural. No dia de entrega do resultado, me ligaram para avisar que eu teria que repetir o exame por ter cabelo sintético, o que não é verdade”, disse o professor.

Já em Goiânia, onde reside e trabalha, Pedro foi orientado a procurar a mesma rede de laboratórios onde tinha realizado o primeiro teste para repetir a coleta. “Fui na última segunda-feira (21/8) e logo me disseram que a coleta não podia ser feita”, afirmou.

“Procurei então pela médica do laboratório que afirmou que não tinha autorização para fazer coleta em cabelo rastafári”, acrescentou. Segundo ele, a profissional não deu justificativa para o impedimento.

Incomodado, então, Pedro prestou queixa ao Ministério Público alegando preconceito. Segundo ele, uma investigação foi aberta, solicitando justificativa do laboratório, que tem sede em São Paulo, mas até o momento nenhuma resposta foi dada.

Jornal Opção tentou contato com o laboratório acusado, mas, por conta do horário de funcionamento, não obtivemos resposta.

+ sobre o tema

Estudante denuncia caso de racismo na Universidade Federal do Ceará

O estudante está recebendo mensagens de cunho racista de...

Deputado defende cotas para afro descendentes

Fonte: Grupo de Trabalho de Ação Social - ...

Um filme me disse: “Uma reflexão sobre a violência racial e policial”

Um filme me disse: "Uma reflexão sobre a violência...

Sistema policial perpetua racismo, avaliam ativistas

Em evento realizado em Brasília, professora e filósofa estadunidense...

para lembrar

spot_imgspot_img

OAB suspende registro de advogada presa por injúria racial em aeroporto

A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-MG) suspendeu, nesta terça-feira (25), o registro da advogada Luana Otoni de Paula. Ela foi presa por injúria racial e...

Ação afirmativa no Brasil, política virtuosa no século 21

As políticas públicas de ação afirmativa tiveram seu marco inicial no Brasil em 2001, quando o governador do Rio de Janeiro Anthony Garotinho sancionou...

Decisão do STF sobre maconha é avanço relativo

Movimentos é uma organização de jovens favelados e periféricos brasileiros, que atuam, via educação, arte e comunicação, no enfrentamento à violência, ao racismo, às desigualdades....
-+=