Listradinho básico de Michelle vira objeto de desejo

FONTEPor Clarissa Thomé, do Estadão
Michelle Obama (Foto: CHARLES SYKES / CHARLES SYKES/INVISION/AP)

Dos modelitos que Michelle Obama desfilou no Brasil, o vestido de malha listrado, longuinho, que usou ao deixar o País nem foi o que mais chamou atenção. Mas virou objeto do desejo de mulheres de São Paulo e Rio, que se inscreveram na lista de espera da multimarcas NK Store, que vende a coleção do estilista Marc Jacobs. Cada vestido custa R$ 2 mil, valor que pode ser parcelado em três vezes.

Nem a própria NK acreditava tanto no modelo, encomendado há seis meses. Apenas 12 – 6 para cada loja – devem chegar nos próximos dias. Mas já há cerca de 30 nomes na lista de espera. “Não esperávamos tanto sucesso. Sabíamos que o modelo estava na campanha mundial da grife, é importante. Mas é um vestido de malha. Há outros mais bonitos na coleção”, afirmou Thiago Costa Rego, diretor da NK. Michelle Obama, de 47 anos, escolheu o modelo da Marc by Marc Jacobs, considerada a linha jovem do estilista. “Como não é muito decotado nem muito justo e tem um comprimento bacana, acaba atraindo outras faixas etárias.”

A corrida por uma roupa usada por celebridade faz parte do cotidiano das multimarcas.

“Se a Gwyneth Paltrow é fotografada com um blazer Balmain, na semana seguinte as clientes vêm procurar o “blazer da Gwyneth””, conta Thiago. Em novembro, assim que o príncipe William e Kate Middleton noivaram, a Alberta, em Ipanema, vendeu todas as peças da grife Issa. Foram 40 vestidos – só quatro eram do mesmo modelo azul royal usado por Lady Kate. Cada um custava entre R$ 1.900 e R$ 2.800.

“O forte da Issa é a estampa. Ninguém imaginava que o vestido azul, liso, estouraria. Mas as pessoas queriam levar qualquer modelo da grife”, afirma Rachel Chreem, dona da Alberta, destacando que a “divulgação involuntária” por celebridades é mais eficiente que qualquer publicidade. “É espontâneo. As pessoas veem o estilo das personalidades que admiram e querem vestir o comportamento do ícone.”

Para a consultora de moda Helen Pomposelli, a procura pelo modelo da celebridade é sinal de que a pessoa busca status. “O vestido Marc Jacobs não tem muita coisa. É mais um sinal de status. É para as pessoas olharem e falarem: “Ela está usando o vestido da Michelle””, acredita.

Para ela, o fenômeno tem a ver com a moda de consumo ocidental e se repete em todas as classes sociais. “Uma vai desejar o vestido da Camila Pitanga na novela, a outra quer a roupa da primeira-dama. Uma entra na fila da multimarcas, outra vai brigar pelo vestido da Stella McCartney para C&A.”

PARA LEMBRAR

Primeira-dama é adepta do estilo “high low”

Michelle Obama é adepta do “high low”, nome que os fashionistas deram para o estilo que mescla peças de marca com outras mais baratinhas. Seguindo essa linha, andar “grifada” da cabeça aos pés parece até cafona. Um exemplo: o que você usaria para ser entrevistada em um programa de TV? A primeira-dama dos Estados Unidos, Michelle Obama, escolheu um vestido de R$ 60 da loja de departamento H&M. Michelle une a estratégia política de parecer acessível a um novo código: vestir-se bem gastando pouco.

 

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