Marcha pede reconhecimento do Hip-Hop como patrimônio cultural nesta segunda (17) em Brasília

Enviado por / FonteBrasil de Fato

Mobilização parte da Praça Zumbi dos Palmares 13h em direção ao Iphan, onde entregará o dossiê para registro do pedido

A marcha pelo reconhecimento, preservação e valorização da Cultura Hip-Hop, que acontecerá nesta segunda (17) com concentração, a partir das 13h, na Praça Zumbi dos Palmares e saída em direção ao Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) tem como objetivo a entrega do dossiê que pleiteia o registro do Hip-Hop como patrimônio cultural e imaterial pelo órgão. O texto será entregue ao presidente Leandro Grass. 

Para o deputado distrital Max Maciel (PSOL), autor da lei que declara o Hip-Hop como Patrimônio Cultural Imaterial do Distrito Federal, o evento será fundamental para ressaltar a importância dessa cultura para a juventude negra e periférica de todo o país.

“Reconhecer a importância do Hip-Hop a nível nacional é garantir a sua preservação, é fazer com que o Poder Público crie mecanismos para a sua valorização e meios para que artistas do Hip-Hop continuem se expressando e salvando milhares de vidas de jovens pretos e periféricos pela arte”, afirmou Max.

Para o MC e ativista social, Rafa Rafuagi, a marcha também pedirá ao governo federal que assine o decreto de reconhecimento e fomento do hip hop no dia 11 de agosto, data em que se comemora os 50 anos do surgimento da cultura Hip-Hop no mundo.

“Queremos que o governo Lula assuma e fortaleça a participação da cultura Hip-Hop, que incorpore as favelas e periferias e, sobretudo, a população preta e as suas lideranças nos espaços de construção de políticas públicas”, ressalta o artista

Para Cláudia Maciel, jornalista e uma das facilitadoras gerais da Construção Nacional da Cultura Hip Hop, o ato será um momento simbólico de união entre os artistas do hip hop. “Vamos marchar de braços dados pedindo a sensibilidade do Iphan para que o Hip-Hop obtenha esse título e, assim, a gente consiga proteger uma das culturas mais importantes do mundo”, acrescenta.

Construção Nacional do Cinquentenário da Cultura Hip-Hop

A Construção Nacional é uma coalizão de hip-hoppers de todo o país que pretende ajudar na reconstrução e transformação do Brasil. O grupo de trabalho defende e recomenda ideias de projetos que combatam a pobreza e promovam a equidade racial, social e de gênero por meio de políticas públicas de educação, cultura, igualdade racial, segurança cidadã, comunicação, turismo e fortalecimento das relações interinstitucionais entre a sociedade organizada e o Estado brasileiro. 

“Estamos falando do destino da nossa democracia e da luta contra o fascismo, supremacismo branco mundial, uma das expressões mais macabras e cruéis da emergência da extrema direita, com base popular, lamentavelmente, brasileira. São reclamos emergenciais para voltarmos a ter o devido protagonismo e reconhecimento pelo Estado de Direito das inúmeras e diversas mudanças sociais que já promovemos, como instituições da sociedade civil e agentes da cultura Hip-hop, em nível nacional”, explica Marcelo Rebello, um dos integrantes da Construção. 

O grupo trabalha também na perspectiva de cobrança ao governo, para que a democracia brasileira incorpore as favelas e periferias e, sobretudo, a população preta e as suas lideranças nos espaços de construção de políticas públicas, assim como na promoção da reconstrução e da transformação do Brasil.  

O movimento esteve em Brasília, de 15 a 19 de maio, dialogando com os poderes Legislativo, Judiciário e Executivo para propor políticas públicas para as periferias e favelas brasileiras e enfatizar o reconhecimento da cultura Hip-Hop.

Em reunião com o Instituto Brasileiro de Museus (IBRAM), os representantes da Construção Nacional do Cinquentenário apresentaram um plano de trabalho para a criação de um Museu Nacional da Cultura Hip-Hop e o reconhecimento de casas do movimento cultural como pontos de memória.

Como forma de celebrar os 50 anos do Hip-Hop no mundo, a articulação organiza uma série de atividades que vai acontecer entre os meses de agosto a dezembro deste ano, em todas as regiões do país, com celebrações, oficinas, workshops, capacitações e seminários nas periferias.

+ sobre o tema

Escritor baiano vence prêmio internacional com júri formado por vencedor de Oscar

O escritor e jornalista baiano Flávio VM Costa foi...

Mãe Stella será homenageada na Academia de Letras da Bahia

Se estivese viva, nesta quinta-feira (2), Mãe Stella de...

Mostra Benjamin de Oliveira busca a valorização da arte feita por negros

“A arte negra não pode ficar apenas nos guetos”....

para lembrar

Criei um exército de armas harmônicas, diz presidente do bloco Ilú Obá de Min

Criado em 2005, bloco de Carnaval reúne 450 mulheres...

Lançamento de Livros de Cidinha da Silva na Africanidades

“Eu não acho que existem coisas sobre as quais...

Um Maluco no Pedaço vai inspirar livro infantil

Now this is a (new) story, all about how...
spot_imgspot_img

Festival Latinidades chega à 17ª edição e convoca público para aclamar o trabalho de mulheres negras

Além da sua cidade natal, Brasília, evento volta a acontecer em Salvador e São Paulo, e apresenta uma programação especial no Quilombo Mesquita, localizado...

Alcione e Conceição Evaristo gravam clipe que faz crítica ao machismo: ‘Marra de feroz’

Veja que linda a foto de Alcione ao lado de Conceição Evaristo, em meio a gravação do clipe da canção “Marra de feroz”. Gravado em uma...

Livro semeia em português cosmovisão bantu-kongo reunida por Bunseki Fu-Kiau

O primeiro objetivo do pesquisador congolês Kimbwandende Kia Bunseki Fu-Kiau ao terminar "O Livro Africano sem Título", em 1980, e que finalmente é publicado em português...
-+=