“Mulheres negras na primeira pessoa”, por Jurema Werneck, Nilza Iraci e Simone Cruz

Histórias reais reproduzidas em primeira pessoa. O livro “Mulheres negras na primeira pessoa”, organizado por Jurema Werneck, Nilza Iraci e Simone Cruz, lançado virtualmente dia (10/12) pela AMNB (Articulação de Organizações de Mulheres Negras Brasileiras) e está disponível para download no final desta matéria.

A obra traz o relato de 20 mulheres negras representativas de nove estados brasileiros (Rio Grande do Sul, Paraíba, São Paulo, Pará, Rio de Janeiro, Amapá, Ceará, Paraná e Goiás). As narrativas são de mulheres negras quilombolas, nordestinas, sulistas, entre outras, urbanas ou não, cujas trajetórias sensibilizaram as organizações membros da AMNB, que as indicou para simbolizarem a luta das mulheres negras no Brasil. O resultado é um livro emocionante, repleto de histórias de lutas temperadas com energia, garra, amor, sabedoria e afeto.

O lançamento virtual do livro, financiado pela Fundação Ford, acontece junto com a comemoração dos 64 anos da Declaração Universal dos Direitos Humanos, aprovada no dia 10 de dezembro de 1948 pelas Nações Unidas. De acordo com Jurema Werneck, a iniciativa tem como objetivo dar vez e voz às mulheres invisibilizadas na sociedade. “Nosso propósito foi colocar mulheres como participantes importantes da sociedade brasileira, ouvir e reproduzir suas falas mostrando como enxergam o Brasil de hoje, como analisam o contexto do racismo e como pensam o futuro, principalmente para as novas gerações de mulheres negras”, afirma Werneck.

Para Simone Cruz, o livro retrata, de maneira simples, a luta política das mulheres negras no Brasil contemporâneo. “Conseguimos trazer o tema das políticas públicas de gênero e raça a partir de outra perspectiva. O livro consegue expressar de maneira simples, através do relato de vida de diferentes mulheres negras, nossas lutas políticas”, comemora Cruz.

Além da versão virtual, está previsto o lançamento da versão impressa do livro “Mulheres negras na primeira pessoa” em algumas cidades brasileiras. A ideia é realizar os eventos com o apoio das 28 organizações filiadas à AMNB e distribuídas em todo o território nacional. A expectativa é começar a agenda de lançamentos a partir de janeiro de 2013.

Mulheres_Negras_na_Primeira_Pessoa

Fonte: AMNB

+ sobre o tema

Silêncios e rompimentos da mulher negra

Sempre fui uma criança muito silenciosa. O meu “não...

Feminismo em sala de aula

Meu trabalho era pra ser algo tão específico, mas...

Secretaria de Políticas para as Mulheres cobra explicação sobre expulsão de universitária

A ministra Nilcéa Freire, da Secretaria Especial de Políticas...

Você quer ser uma Pérola Negra? Então, escreve pra gente.

O Instituto Raízes de Áfricas, representação do movimento negro...

para lembrar

Anielle Franco: ‘Os desafios atuais são muitos, a começar por nos mantermos vivas’

Uma noite marcada pelo protagonismo das mulheres negras. Assim...

Internado há 10 dias, paciente denuncia transfobia em atendimento no HGE

Ele denuncia desrespeito ao nome social e descaso médico Por Victor...

Muito além dos fetos

Adorei este texto que peguei e traduzi daqui. A...
spot_imgspot_img

Machismo contribui para a remuneração das mulheres ser inferior à dos homens

Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mulheres têm remuneração, em média, 17% menor que a dos homens e, até mesmo...

Aos 82, Benedita da Silva lembra trajetória de luta pelas minorias: “Ainda falta muito”

A deputada federal Benedita da Silva (PT-RJ) afirmou que o cenário das minorias já melhorou bastante no Brasil, mas ainda há muito a ser...

Mulheres são assassinadas mesmo com medidas protetivas; polícia prendeu 96 por descumprimento

Casos recentes de mulheres mortas após conseguirem medidas protetivas contra ex-companheiros mostram que o assunto ainda é um desafio no combate à violência contra...
-+=