Músicos de cultos africanos, Ogãs, terão registro profissional

Com a profissionalização, os Ogãs poderão participar de eventos religiosos financiados pelo poder público

Em iniciativa inédita no Brasil, os músicos que atuam em cultos de Umbanda e Candomblé, chamados de Ogãs, terão a profissão regulamentada no Distrito Federal. A partir do dia 28 de março, as secretarias de Cultura e de Igualdade Racial do DF, em parceria com a Federação Brasiliense de Umbanda e Candomblé e com a Ordem dos Músicos de Brasília (OMB-DF), darão início à oficialização do trabalho desses instrumentistas.

Na prática, o acordo prevê que os Ogãs em atividade no Distrito Federal poderão requerer a carteira de músico da OMB-DF. A profissionalização garante a eles participar de eventos religiosos financiados pelo poder público, como apresentações na Esplanada dos Ministérios. Mas, fica proibida a participação em eventos privados, como festas em casas de espetáculo.

Com a atividade formalizada, o Ogã passa a ter o mesmo reconhecimento que um músico da Orquestra Sinfônica do Teatro Nacional, por exemplo.

Como se profissionalizar – O primeiro passo para adquirir a carteira de músico profissional é participar do processo de audição. No próximo dia 28, na Prainha do Lago Sul, haverá avaliação coletiva dos interessados, com a participação de diretores da Ordem dos Músicos.

Após a audição, o terreiro onde o candidato exerce sua atividade deverá encaminhar o pedido de registro à Federação Brasiliense de Umbanda e Candomblé do DF, que o repassará à OMB-DF. Aprovada a solicitação, a Ordem dos Músicos submete o Ogã à prova prática em que ele tocará três ritmos próprios do terreiro que frequenta. Vencida essa etapa, uma banca formada por diretores e conselheiros da Ordem dos Músicos autorizará a retirada do registro.

Ogã – O termo vem do yorubá, que na linguagem das religiões africanas e afro-brasileiras como a Umbanda e o Candomblé, significa originalmente “aquele que bate, toca e canta”. Nos cultos, o Ogã é quem toca os tambores, portanto, um músico.

Em Brasília, existem cerca de 2 mil terreiros. Somado aos existentes na região metropolitana do DF, o número chega a 5 mil. Em cada terreiro são necessários quatro Ogãs.

 

 

Fonte: Agência Brasilia

+ sobre o tema

Índice de suicídio entre jovens e adolescentes negros cresce e é 45% maior do que entre brancos

Dados do Ministério da Saúde mostram que risco de...

Veto na Lei de Imigração aumenta a criminalização de indígenas

Temer retirou da lei o reconhecimento do direito à...

Estudante cria guia para identificar sintomas de doenças na pele negra

Foi durante suas aulas de medicina na St. George’s,...

Venâncio Fonseca quer ouvir PMs na comissão de direitos humanos da AL

Fonte: Plenário   Foto: César de Oliveira/Agência Alese O deputado estadual Venâncio...

para lembrar

‘Ovário artificial’ pode ajudar mulheres a engravidar após quimioterapia

Técnica foi testada com sucesso em camundongos, mas precisa...

Concursos com inscrições abertas somam 49,4 mil vagas

Cargos são de todos os níveis de escolaridade. Salários...

A duras penas

O sistema carcerário brasileiro é um símbolo da omissão do Estado...

Edital de ações de prevenção e advocacy relacionadas à epidemia de IST/HIV/AIDS e hepatites virais

Divulgação 1. Apresentação O Fundo Nacional de Sustentabilidade das Organizações da...
spot_imgspot_img

Geledés participa da 54ª Assembleia Geral da OEA

Com o tema “Integração e Segurança para o Desenvolvimento Sustentável da Região”, aconteceu entre os dias 26 a 28 de junho, em Assunção, Paraguai,...

Prêmio Jornalístico Vladimir Herzog de Anistia e Direitos Humanos abre inscrições para sua 46ª edição

As inscrições para a 46ª edição do Prêmio Jornalístico Vladimir Herzog de Anistia e Direitos Humanos estão abertas de 20 de junho a 20...

Dando luz à conscientização: gravidez na adolescência 

Entre sonhos e desafios, histórias reais se cruzam no país onde a cada hora nascem 44 bebês de mães adolescentes, aponta o Sistema de...
-+=