Pandemia adia igualdade de gênero por mais uma geração

A ansiada paridade entre os gêneros vai demorar uma geração a mais. Ao longo do último ano, a pandemia acrescentou 36 anos ao tempo necessário para reduzir a disparidade entre homens e mulheres, que passou que 99,5 para 135,6 anos. É o que conclui o Fórum Econômico Mundial (WEF, na sigla em inglês) no seu relatório anual sobre a disparidade de gênero, atribuindo essa deterioração à menor representação política das mulheres nas grandes economias e ao estancamento dos avanços econômicos, por causa da necessidade de oferecer cuidados familiares e porque as mulheres trabalham nos setores mais afetados pelo confinamento.

Os avanços em direção à paridade estancaram em muitas grandes economias e setores, e isso pesou no cômputo global do progresso. Embora haja cada vez mais mulheres em trabalhos qualificados, as disparidades de renda persistem e ainda há pouquíssimas mulheres em cargos de direção. Tanto é que a paridade econômica, neste ritmo, só será alcançada dentro de 267,6 anos. Também pesou o retrocesso na participação política das mulheres nos países analisados, onde ocupam apenas 26,1% da representação parlamentar e 22,6% dos ministérios. Eliminar essa lacuna levará 145,5 anos, cerca de 50% a mais do que os 95 anos previstos em 2020.

O WEF ―organização que realiza anualmente um encontro com personalidades da economia global na localidade suíça de Davos― não hesita em afirmar que a pandemia teve um impacto mais negativo para as mulheres do que para os homens, começando pelo desemprego, que, segundo a Organização Internacional do Trabalho, afetou 5% das mulheres, contra 3,9% dos homens. Isso se deve em boa medida à desproporcional presença feminina em setores afetados diretamente pelo confinamento, como o consumo. No caso dos Estados Unidos, recorda a organização, as mais afetadas foram as mulheres de grupos étnicos e raciais em posições desfavorecidas.

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