‘Prefiro que a loira me atenda’, diz cliente a atendente negra em restaurante

Após ser atendida pela funcionária branca e de cabelos loiros, a cliente não fez mais exigências

no JPNews

Uma mulher recusou ser atendida por uma funcionária negra em um restaurante de Paranaíba (MS) nesta segunda-feira (7). De acordo com informações de uma fonte próxima ao caso, a mulher, branca, acompanhada de seu marido e filho, também brancos, disse que preferia ser atendida por outra atendente, apontando uma funcionária loira do estabelecimento. “Não. Não, moça. Prefiro que a loirinha me atenda”, disse a cliente.

Em conversa com o JPNEWS, uma testemunha disse que a atendente vítima de discriminação não compreendeu o que estaria acontecendo no momento, se dirigindo até uma colega e pedindo para ela atendesse a mulher em seu lugar.

Após ser atendida pela funcionária branca, de cabelos loiros, a cliente não fez mais exigências.

Ainda de acordo com a testemunha, ao pagar a conta, a funcionária do caixa do estabelecimento que também é branca e loira, revoltada com a situação, ciente do caso e no intuito de interpelar a cliente, questionou se a primeira funcionária que a havia atendido, no caso a garota negra, teria a tratado mal, e por conta disso teria recusado ser atendida por ela, a mulher respondeu que era questão de gosto e que preferia ser atendida pela atendente loira. “Não. É que eu preferi ser atendida pela loirinha mesmo”, disse a mulher.

A testemunha ainda relata que enquanto esteve próxima e acompanhando o fato, notou que a garota vítima de racismo se encontrava desorientada e sem entender o que havia acontecido. A testemunha relata que observou que os demais funcionários do estabelecimento se revoltaram com a situação, porém, a própria garota que havia sido discriminada teria preferido não tomar nenhum tipo de providência no momento.

Perguntada se conhecia a autora, ou se era familiar o rosto, a testemunha disse que nunca viu a família em outros lugares no município.

“Se a situação fosse revelada e os demais clientes percebessem o que havia acontecido, com certeza todos no restaurante no momento partiriam em defesa da funcionária.”, disse a fonte ao JPNEWS.

+ sobre o tema

Histórico – Racismo explícito na Guarda Civil em 1929

Os idealizadores da recém instituída Guarda Civil de...

O privilégio branco e a opressão involuntária – Por Larissa Santiago

Por Larissa Santiago para as Blogueiras Negras A primeira...

Estudantes da UFRGS ocupam prédio da reitoria

Ele fazem vigília para defender cotas no vestibular para...

17 países europeus declaram apoio a ministra italiana alvo de racismo

  Cécile Kyenge tem sido alvo de frequentes insultos desde...

para lembrar

spot_imgspot_img

Ação afirmativa no Brasil, política virtuosa no século 21

As políticas públicas de ação afirmativa tiveram seu marco inicial no Brasil em 2001, quando o governador do Rio de Janeiro Anthony Garotinho sancionou...

Decisão do STF sobre maconha é avanço relativo

Movimentos é uma organização de jovens favelados e periféricos brasileiros, que atuam, via educação, arte e comunicação, no enfrentamento à violência, ao racismo, às desigualdades....

Por que o racismo é uma crise de saúde

Quando Layal Liverpool era adolescente, na Holanda, ela começou a observar pequenas manchas sem pigmento no rosto e nos braços. O médico receitou antibióticos e...
-+=