Quem é Naomi Osaka, ativista e estrela do tênis com direito a série e boneca Barbie

Enviado por / FonteG1

Filha de imigrantes, Naomi acendeu a pira dos Jogos de Tóquio nesta sexta. Ela foi a primeira japonesa a conquistar um Grand Slam de tênis e tem jogado luz sob questões como racismo e depressão.

A tenista japonesa Naomi Osaka, de 23 anos, é uma das atletas mais populares das Olimpíadas de Tóquio e do mundo do esporte. E não é para menos: primeira japonesa a conquistar um Grand Slam de tênis, Naomi tem usado a fama para levantar questões socais, como desigualdade racial e saúde mental.

Filha de imigrantes – sua mãe é japonesa e o pai é haitiano -, Naomi nasceu no Japão, mas migrou aos 3 anos para os Estados Unidos, onde vive até hoje.

Apesar disso, ela escolheu representar seu país de origem durante os Jogos de Tóquio. Nesta sexta-feira (23), ela acendeu a pira olímpica e se tornou a primeira tenista a protagonizar o simbólico ato da cerimônia de abertura.

Durante o torneio US Open de 2020, onde foi ouro, Naomi usou diferentes máscaras com os nomes de vítimas de racismo nos Estados Unidos.

Naomi Osaka acende a pira das Olimpíadas de Tóquio — Foto: Maddie Meyer/Getty Images

No último torneio de Roland Garros, ela decidiu não participar das coletivas de imprensa para evitar estresse, segundo a tenista. Criticada e acusada de estrelismo – os atletas são obrigados a participarem das coletivas após os jogo -, ela publicou uma carta em suas redes sociais afirmando que passava por problemas com sua saúde mental, questionou a regra do torneio, e, para se resguardar, abandonaria o campeonato.

“Nunca banalizaria a saúde mental ou usaria o termo levianamente. A verdade é que tenho sofrido longas crises de depressão desde o US Open em 2018 e tenho tido muita dificuldade em lidar com isso. Embora a imprensa do tênis sempre tenha sido gentil comigo (…) tenho grandes ondas de ansiedade antes de falar para a mídia internacional”, publicou Naomi em 31 de maio.

Ainda na carta, ela se desculpou com os jornalistas, com os fãs, mas também pediu “empatia”. Ela está afastada das quadras desde maio para tratar a depressão e o retorno será nesta sexta-feira.

Além de ativista dentro e fora das quadras, Naomi também é pop: somente em julho, ela foi capa da revista Vogue Hong Kong, lançou um documentário na Netflix e ganhou até uma boneca Barbie.

Pioneira no tênis

Vencedora de quatro títulos de Grand Slam – quando se tornou a primeira japonesa a conquistar um Grand Slam de tênis ela tinha apenas 20 anos -, Naomi é e atual tenista número 2 do mundo.

No ano passado, ela venceu o Laureus na categoria mais importante, Esportista de 2020. O prêmio é considerado o Oscar do esporte.

+ sobre o tema

“Ouvir Bolsonaro é de uma agonia sem fim”, critica Ellen Page

No painel dentro do festival de cinema e música...

Universidade de Stanford lança o primeiro curso de liderança exclusivo para profissionais LGBT

Com o objetivo de aumentar o número de profissionais...

Afetividade perpassa por gênero, raça e classe, afirma Stephanie Ribeiro

A ativista Stephanie Ribeiro, em entrevista ao Alma Preta,...

ONGs apontam sexismo e racismo em videoclipesp

Vídeos incitam a violência contra a mulher, diz relatório...

para lembrar

Meninos negros na escola: poder, racismo e masculinidade

Parte deste texto foi originalmente publicada na resenha intitulada...

Como a gravidez da mulher de um agente preso por 16 anos nos EUA está comovendo Cuba

A gravidez da esposa de Gerardo Hernández, agente cubano...

Especialistas: professores não sabem lidar com sexualidade

Apesar de avanços sensíveis na formação dos profissionais de...
spot_imgspot_img

VoteLGBT e ANTRA lançam site com mapeamento de pré-candidaturas LGBT para as eleições municipais de 2024

Em uma iniciativa inédita no Brasil, a Associação Nacional de Travestis e Transexuais (Antra) e a VoteLGBT, organização da sociedade civil que busca aumentar...

Sueli Carneiro e o feminismo na diáspora negra

Se minha intenção por aqui é contar sobre o movimento de mulheres em diferentes cantos do mundo, um dia depois de Sueli Carneiro completar 74 anos,...

Exposição e livro lembram os 30 anos da morte de Lélia Gonzalez

Os 30 anos de morte da pesquisadora e militante Lélia Gonzalez, um dos nomes mais importantes do pensamento antirracista brasileiro, serão lembrados na mostra Lélia...
-+=