Religiosos e líderes das religiões afro repudiam os ataques do pastor Felippe Valadão

Na última quinta-feira, 19 de maio, na abertura da apresentação do evento de comemoração aos 189 anos do município de Itaboraí, o pastor Felippe Valadão, líder da Igreja Batista da Lagoinha de Niterói, direcionou em seu discurso, ataques às religiões de matriz africana.

De forma agressiva, Valadão chamou os religiosos de matriz africana de ‘endemoniados’ e ameaçou acabar com os terreiros existentes do município.

A agressividade e os ataques de Valadão tiveram grande repercussão em nosso meio religioso.

Ontem, sexta-feira, lideranças dos povos de terreiros de Itaboraí divulgaram uma nota de repúdio e registraram um boletim de ocorrência na 71ª DP (Itaboraí), denunciando o pastor Felippe Valadão. Esse boletim de ocorrência já foi repassado para a Decradi-Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância, que tem como titular a delegada Débora Rodrigues.

O Deputado Átila Nunes (PSD), que é o relator da CPI da Intolerância Religiosa na Alerj, está entrando com uma ação no Ministério Público para que investigue o uso de dinheiro público pela Prefeitura de Itaboraí na realização do evento e vai registrar o pastor Valadão na Decradi por intolerância religiosa.

Segundo a assessoria do Deputado, ele também solicitará ao Governador Cláudio Castro proteção para os Terreiros de matriz africana.

O advogado e Babalorixá João Batista de Ayrá também vai denunciar o Pastor Felippe Valadão ao Ministério Público.

“Esse pastor passou dos limites, quando nos ofendeu e ameaçou fechar os Terreiros. Ele também extrapolou a Lei nº 7.716/89 – Lei CAÓ de Combate ao Racismo, portanto a sua atitude é inadmissível e não pode ficar impune”.

Vários terreiros e entidades vão entrar com ação contra o Pastor Felippe Valadão, como o Afoxé Ọmọ Ifá, fundado pelo Bàbáláwo Sandro Fatorerá.

A Comissão de Direitos Humanos e Assistência Judiciária da OAB/RJ também publicou uma nota de repúdio.

Eu, Paulo de Oxalá, me incluo nesse repúdio coletivo.

DIGA NÃO A INTOLERÂNCIA.

Axé!

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