Reveillon da crise

por, Mauricio Pestana enviado pra o Portal Geledes

Diz um velho amigo baiano Zulu Araújo, que uma das verdades mais absolutas deste país e que tudo começa na Bahia ou como diz Gilberto Gil em verso e prosa primeira missa, primeiro pelourinho , primeiro índio abatido também que Deus sei que Deus dá.

Ouso discordar e dizer que principalmente nossas maiores mazelas contemporâneas começam na segunda capital do Brasil, Rio de Janeiro: primeiro arrastão , primeira organização criminosa em presídios, primeiro governador encarcerado e agora primeiro prefeito de uma grande capital da universal  que Deus deu que Deus dá.
Essa entrada de ano me rendi as encantadoras propagandas globais e fui assisti de perto os fogos de artifício mais badalados do país, os da areia de Copacabana onde pude reforçar minha tese.
No reveillon da crise o palco principal e único, foi montado é claro na praia ao lado do Copacabana Palace paraíso da elite nacional e estrangeira que podiam assistir de camarote além dos shows os fogos lançados principalmente de um transatlântico ancorado mar a dentro .
Do outro lado da rua na praia uma burguesia decadente eram atendidos por serviçais e ambulantes quase todos negros como nos 380 anos de escravização, a aparente calma e falsa alegria regada a muita bebida alcoólica só era interrompida quando um ou outro arrastão de moleques quase todos pretos corriam em meio a turistas quase todos brancos, cenas de um reveillon longe de passar nos “dóceis e pacíficos lares globais “no reveillon da crise moral, econômica e política brasileira.
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