Sobram bolsas para brasileiros em Harvard e MIT

Angélica Natera, diretora adjunta da Laspau (ligada à Harvard) veio ao Brasil divulgar as bolsas

Doutorados em diversas universidades dos EUA têm 1,5 mil vagas abertas até 2015; inglês ainda é entrave para estudantes do País

Do Estadão

COLEONG VIA GETTY IMAGES

As Universidades Harvard, Stanford, Columbia, da Califórnia, o Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT) e outras instituições americanas de ponta vão reservar 1,5 mil bolsas de estudo integral até 2015 para estudantes brasileiros cursarem doutorado completo. As bolsas serão financiadas pelo governo federal, por meio do programa Ciência Sem Fronteiras (CsF).

Apesar do convênio com as universidades ter sido firmado no ano passado – motivado pela ida da presidente Dilma Rousseff aos Estados Unidos em abril de 2012 -, a falta de divulgação da oportunidade levou a Laspau (entidade vinculada à Harvard), que administra a concessão das bolsas, a realizar ontem uma visita ao País.

“Trata-se de um acordo histórico, sem precedentes. Os estudantes brasileiros precisam saber que eles podem estudar nas melhores universidades norte-americanas”, disse Angélica Natera, diretora adjunta da Laspau, durante agenda de reuniões com parceiros institucionais em São Paulo.

Mesmo exigindo que os estudantes tenham apenas diploma de graduação nas áreas prioritárias do CsF – Engenharia, Tecnologias e Saúde -, além de bom nível de inglês, pouco mais de cem candidatos foram pré-selecionados até o momento. É prevista neste primeiro ano de acordo a seleção de outros 400 estudantes. As inscrições para início dos estudos em 2014 vão até setembro e podem ser feitas pelo site da Laspau (www.laspau.harvard.edu).

A baixa demanda pelas bolsas pode ser justificada pelo desconhecimento de muitos estudantes, que tendo apenas diploma de graduação podem se candidatar diretamente para o curso de doutorado. Ou seja, não precisam cursar primeiramente o mestrado. “Geralmente, quem sabe desse detalhe é aquele estudante que teve maior aproximação com pesquisa na graduação, com projetos de iniciação científica, por exemplo. Mas quem não teve muito esse contato desconhece”, disse Luana Bonone, presidente da Associação Nacional de Pós-Graduandos.

A falta de domínio de inglês é outro entrave às candidaturas. “Até o pós-graduado tem inglês ruim, mas essa deficiência é curável”, disse o economista Cláudio Moura Castro, ex-diretor-geral da Capes, uma das agências de fomento federal que administram o CsF.

Solução. E a “cura” pode ser até mensurada, afirma André Marques, diretor da EF Englishtown, especialista em certificação. “Para alcançar o patamar que é exigido pela seleção, o pós-intermediário, o estudante que tem nível básico de inglês, precisaria estudar diariamente por um ano e meio”, afirmou.

O esforço para preencher as vagas disponíveis pode aumentar a presença de pesquisadores brasileiros nas melhores universidades do mundo. Isso deve fazer avançar áreas da ciência estratégicas para o País, afirmou Luiz Felipe d’Avila, diretor-presidente do Centro de Liderança Pública (CLP). “Podemos nos desenvolver ainda mais na agroindústria e aviação”, disse d’Avila. O CPL pretende implementar uma incubadora nos Estados Unidos para identificar boas ideias dos doutorandos.

“Esperamos com o convênio retomar o envio de pesquisadores brasileiros para fazer o doutorado pleno nos Estados Unidos, algo que ocorria mais intensamente nos anos 1960 e 1970”, afirmou o presidente da Capes, Jorge Guimarães.

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