Temos de juntar forças para mudar o perigoso rumo que o Brasil está tomando

É fortalecendo a educação e a escola que poderemos manter nosso patrimônio histórico

Daqui a três semanas, adentraremos o ano de 2022.

Mais do que nunca, temos de coletivamente juntar forças para mudar o perigoso rumo que o Brasil está tomando neste momento.

Em 2021, o IBGE nos diz que o Brasil é um país jovem, pois mais da metade da população tem entre 0 e 34 anos. E, dentre essas crianças, adolescentes e jovens, a maioria é negra (61%) e foi particularmente afetada pela pandemia e pelas políticas de derrubada de direitos e rede de proteção que presenciamos nos últimos anos.

Devemos apostar no futuro. É preciso não perder de vista que o ano de 2022, ano eleitoral, vem mobilizando articulações entre parlamentares, lideranças do Executivo e de grandes corporações, num esforço de permanecerem no poder, a qualquer custo, tomando decisões em áreas estratégicas como o ambiente, que nunca sofreu tanta devastação como nos últimos cinco anos.

São decisões que impactam diretamente a vida (ou a morte) da maior parcela do povo brasileiro, que nunca teve tantos desempregados, vivendo nas ruas, com famílias inteiras morando em praças, debaixo de pontes e viadutos, numa situação de fome e desalento desesperadora, movimento oposto ao que vivemos entre 2003 e 2014, quando 30 milhões foram tirados da pobreza.

Essas lideranças no Parlamento lutam para emplacar um “orçamento secreto” bilionário com o mínimo de transparência e possibilidades de fiscalização possível.

E é nesse cenário, através da educação enquanto bem público, que podemos incidir coletivamente barrando governos violentos que desmantelam políticas públicas como se fossem proprietários do bem concreto e simbólico que as escolas representam.

Não nos faltam dispositivos legais e orçamentários para implementar programas que visem a equidade, que fortaleçam as ações afirmativas em toda a educação básica num enfrentamento às desigualdades. Mas temos de zelar por eles, monitorar a implantação, produzir e oferecer subsídios conceituais e metodológicos para que a sociedade civil organizada possa realizar o controle social, ações que a Anansi (Observatório da Equidade Racial na Educação Básica), que está nascendo a partir de esforços de diferentes organizações da sociedade civil, se propõe a realizar a partir de 2022.

É fortalecendo a educação e a escola que poderemos manter nosso patrimônio histórico, nossos bens culturais e as balizas dos valores civilizatórios, que, embora atacados nos últimos anos, principalmente após a entrada da juventude negra nas universidades, vicejam novamente a partir das ações dos movimentos sociais e de organizações da sociedade civil.

+ sobre o tema

AGU e Ministério da Igualdade Racial realizam aula inaugural do programa Esperança Garcia

A Advocacia-Geral da União (AGU), em parceria com o...

Operação resgata 12 pessoas em condições análogas à escravidão

A Polícia Federal (PF), em parceria com o Ministério...

A saga de uma Nobel de Economia pelo ‘Pix do desastre climático’

Mesmo com seu Nobel de Economia conquistado em 2019,...

para lembrar

Comissão Arns e OAB lançam Mesa Nacional de Diálogo contra a Violência

Representantes de diferentes setores da sociedade civil se reúnem...

Obama e Cuba

(Hoje em Dia) - Em encontro histórico  no Panamá,...

Justiça decide que médico que plantava maconha em casa não é traficante

Jovem de Santos foi considerado usuário POR DANDARA TINOCO, do...

Vitória da extrema direita na França afetará guerras, Mercosul e clima

Uma vitória da extrema direita ameaça gerar um profundo impacto na política externa da França --a segunda maior economia da Europa-- com repercussão na...

Extrema direita francesa choca com slogan: ‘Dar futuro às crianças brancas’

O avanço da extrema direita na França abre caminho para campanhas cada vez mais explícitas em seu tom xenófobo. Nesta semana, um dos grupos...

Supremocracia desafiada

Temos testemunhado uma crescente tensão entre o Poder Legislativo e o Supremo Tribunal Federal. Essa tensão não decorre, no entanto, apenas do ressentimento de...
-+=