Usain Bolt segura o sorriso por 9s58 e pulveriza o recorde mundial dos 100m

Fonte: G1 –

Diante da torcida eufórica no Estádio Olímpico de Berlim, jamaicano dá espetáculo e chega 13 centésimos à frente do americano Tyson Gay

Durante 9s58, não houve sorrisos, gracinhas ou provocações. Neste domingo, Usain Bolt tinha um trabalho sério a fazer no Campeonato Mundial de Atletismo. No curto caminho que vai da largada à chegada, o jamaicano deu um tempo no bom humor, correu de cara fechada e tratou de manter o título de homem mais rápido do planeta. O velocista, que completa 23 anos na sexta-feira, antecipou a festa e se deu um presente duplo no Estádio Olímpico de Berlim: a medalha de ouro nos 100m rasos e o novo recorde mundial da prova.

 

O americano Tyson Gay chegou em segundo, 13 centésimos atrás de Bolt, com o tempo de 9s71 – recorde dos EUA. O também jamaicano Asafa Powell cruzou em terceiro, com 9s84.

 

O recorde mundial era do próprio Bolt, 9s69, conquistado nos Jogos Olímpicos de Pequim, no ano passado. Pelas condições da pista, com o piso mais macio, e pelos tempos dos corredores nas fases anteriores, a expectativa era de que ninguém conseguisse quebrar a marca no Campeonato Mundial. Bolt, mais uma vez, chocou o planeta.

 

A festa ficou para o fim da prova, quando ele explodiu em alegria, abriu o sorriso e até dançou com Asafa Powell.

– Tive uma boa execução, fiquei feliz. Eu sei que posso correr rápido, e tudo é possível. Não costumo colocar muita pressão em cima de mim. Foi muito bom, fiquei satisfeito – afirmou Bolt, em entrevista concedida ao SporTV após a prova.

 

Antes da competição, o jamaicano parecia relaxado. Na apresentação para as câmeras, sorriu e apontou o braço para o céu, como sempre faz durante as competições. Na largada, no entanto, ele mostrou que não estava para brincadeira. Logo após a partida, Bolt se distanciou de Gay, que largou mal. Nos primeiros metros, a vitória já parecia mais do que assegurada.

 

A partir dali, a dúvida era se o recorde mundial seria quebrado. Ao contrário do que fez em Pequim, quando bateu no peito antes de cruzar a linha de chegada, em Berlim Bolt manteve o ritmo forte e a seriedade até o último momento. Na reta final, olhou para o lado, espiou os concorrentes e viu que não seria mais ameaçado por ninguém.

 

Assim que cruzou a linha, o jamaicano olhou para onde o mundo inteir

o queria olhar: o cronômetro ao lado da pista. Confirmada a marca de 9s58, a prova praticamente perfeita e o recorde mundial, a festa estava liberada. Ali ele voltou a ser o gaiato de sempre.

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O sorriso que ficou contido durante os quase 10 segundos da prova explodiu à beira da pista. Sem conter a felicidade, o campeão mundial apontou para o céu, abraçou o mascote, pegou a bandeira da Jamaica e cumprimentou os rivais. Ali, sim, transformou-se no Bolt que o mundo conhecia, com a irreverência estampada no rosto e a sensação do dever cumprido. Ainda encontrou tempo para ensaiar passos de dança com Asafa Powell, que mostrou bom humor mesmo após a derrota e assumiu, sem pudores, o papel de coadjuvante do compatriota campeão.

 

Bolt atinge um feito que até hoje era apenas de Carl Lewis: o americano tinha sido o único a vencer os 100m rasos no Mundial e bater o recorde – com 9s86, em Tóquio, em 1991.

 

No mesmo palco em que o velocista americano Jesse Owens derrotou a intolerância do ditador Adolf Hitler nas Olimpíadas de 1936, Usain Bolt agora escreve mais um capítulo da história, contra um adversário ainda menos palpável, mas igualmente derrotado: o tempo.

 

Campeonato Mundial de Berlim – Final dos 100m rasos
1. Usain Bolt Jamaica 9s58
2. Tyson Gay Estados Unidos 9s71
3. Asafa Powell Jamaica 9s84
4. Daniel Bailey Antigua e Barbuda 9s93
5. Richard Thompson Trinidad e Tobago 9s93
6. Dwain Chambers Grã-Bretanha 10s00
7. Marc Burns Trinidad e Tobago 10s00
8. Darvis Patton Estados Unidos 10s34

Matéria original: Usain Bolt segura o sorriso por 9s58 e pulveriza o recorde mundial dos 100m

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